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O Palco: o novo restaurante de Coimbra onde os produtos regionais ditam as regras

1 de Dezembro 2022 Jornal Campeão: O Palco: o novo restaurante de Coimbra onde os produtos regionais ditam as regras

Abriu oficialmente, esta terça-feira (29), no número 55 da Avenida D. Afonso Henriques, em Coimbra, o restaurante O Palco. Trata-se de um projecto imaginado pelo chef Marco Almeida que procura “dar palco” aos melhores produtos da região e transformá-los nos “protagonistas dos pratos”. Este novo espaço procura, assim, explorar as raízes da zona Centro através de uma “cozinha de autor” focada na temática da sustentabilidade. A importância dada ao regional estende-se também à loiça utilizada no restaurante. Toda pintada à mão, chega por via da Cerâmicas de Coimbra e é inspirada na cerâmica tradicional portuguesa do século XVII.
Apaixonado pelo mundo rural e, acima de tudo, pela qualidade dos alimentos, Marco Almeida apresenta-se na companhia de Ana Vinagre (manager). Com uma equipa jovem, nos bastidores, faz-se acompanhar de Bruno Sousa (cozinheiro), João Martins (cozinheiro), João Santos (pasteleiro), Francisco Teodoro (empregado de mesa), Mariana Mendes (empregada de mesa) e Hugo Oliveira (aprendiz). Quando se pensa no ‘modus operandi’ do projecto, este inova essencialmente na estreita e directa relação que Marco Almeida tem vindo a desenvolver com 17 produtores da zona Centro, responsáveis por fornecer todos os alimentos utilizados no restaurante. O objectivo do chef é criar o primeiro “restaurante zero” da região, conceito ainda pouco explorado na restauração em Portugal. Aqui será garantido que todos os alimentos provêm, em média, de uma distância de até 39 quilómetros.
O azeite é o ingrediente que chega de mais longe. De “Azeites do Cobral”, provém de Lagares da Beira, em Oliveira do Hospital. De Aveiro chega salicórnia (Horta da Ria), algas (Algaplus) e ostras (Ostras em Casa). De Ílhavo chegam as farinhas da Moagem Carlos Valente, moídas “à antiga”, em pedra, para fazer o pão de massa mãe disponível no restaurante. De Cadima, Cantanhede, vêm os tremoços de Isabel Ribeiro e os legumes da Quinta dos Sardões (Gesteira). De Montemor-o-Velho, os cogumelos do Cesto d’Alice e de Coimbra os produtos do Super Local e os microvegetais dos Verdes do Mondego (Antanhol), assim como o café FEB. Os caracóis servidos chegam de Ansião (Carakolandia) e as carnes do Grupo C’s, da Mealhada. A carta das bebidas é também totalmente da região e inclui cerveja Luzia, da Mealhada, vinhos da Adega de Cantanhede e das Caves São Domingos, de Anadia. O gin, Adamus, chega de Aveiro.
A relação directa do chef com os produtores gera ciclos de consumo mais curtos, o que reduz a pegada carbónica do transporte e apoia os pequenos produtores, contribuindo para a fixação das comunidades rurais e do seu estilo de vida. “Tudo isto faz parte daquilo em que acredito e que é necessário para ter uma cozinha e uma vida com qualidade”, afirma Marco Almeida.
Ao momento, O Palco apresenta-se com um menu definido – Palco Principal, Palco Infantil e Palco Vegetariano -, no entanto, em breve, prevê-se ser um restaurante de carta fechada. “Queremos tirar o maior proveito da sazonalidade dos produtos e surpreender quem nos visita. Queremos que as pessoas se sintam em casa, que tenham uma experiência diferente e descontraída”, reforça.
O Palco vai funcionar todos os dias, de segunda a domingo, excepto terças e quartas-feiras. O horário de funcionamento é das 12h30 às 14h30 e das 19h30 às 22h30 e, ao domingo, das 12h30 às 15h00. O espaço é pequeno e acolhedor, pelo que é dado destaque à marcação prévia de mesa. A mesma poderá ser feita no website do restaurante, via e-mail (reservas@o-palco.pt) ou via telefone (938451205).