O psicanalista, pedagogo, universitário e investigador Carlos Amaral Dias vai ser homenageado em Coimbra, três anos depois da sua morte, numa jornada pensada por antigos colegas e amigos, que propõem uma combinação de diferentes palcos e ambientes.
A Jornada de Homenagem a Carlos Amaral Dias, intitulada “A estranheza da verdade nas veredas do inconsciente”, está agendada para o dia 3 de Dezembro, no auditório do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) de Coimbra.
O psicanalista e professor universitário Carlos Farate explicou que esta é a primeira homenagem prestada ao seu colega de profissão, estando prevista a presença de pessoas de todo o país. “Esta homenagem já tinha sido pensada, logo após o falecimento de Carlos Amaral Dias, para ser realizada no ano seguinte [em 2020]. Tal não foi possível por causa da pandemia, decidindo-se avançar agora”, acrescentou.
De acordo com o mentor desta jornada de homenagem, pretende-se relembrar, dar a conhecer e enaltecer a vida/obra e a obra/vida de Carlos Amaral Dias, “um homem importantíssimo na área da saúde mental” e que foi pioneiro dos serviços de tratamento das patologias aditivas. “Foi ele também que pensou e que construiu o Instituto Superior Miguel Torga, em Coimbra, transformando o Instituto de Serviço Social, que estava sem dinâmica. Era um excelente líder de equipas, pela sua enorme criatividade, inquietação intelectual, curiosidade e capacidade de pensar as coisas além do momento”, descreveu. A par disto, destacou ainda que Carlos Amaral Dias era também “um homem público, com uma intervenção muito forte, vulgarizando a psicanálise na cultura, no quotidiano, através de programas de rádio”. “Tinha uma capacidade de trabalho exigente, controversa porque dizia o que pensava, uma dinâmica extraordinária e inesgotável curiosidade até ao fim da vida”, acrescentou.
No dia em que se assinalam os três anos da partida de Carlos Amaral Dias, um conjunto de personalidades destacadas de diferentes áreas profissionais juntam-se em Coimbra para homenagear esta personalidade “ímpar e multifacetada”. “Vamos cruzar ideias/memória e ideias/pensamento, em que cada um trará aspectos do seu trabalho, do contacto que tiveram com ele, de iniciativas. Virá um conjunto de colegas de Lisboa, em particular, que estão a fazer todo um trabalho de compilação do que são os trabalhos que ele deixou, o legado que deixou”, evidenciou.
Segundo o porta-voz da comissão organizadora da homenagem, o programa combina diferentes palcos e ambientes: da música à comunicação social, à ciência, ao ensino e à cultura. “Durante a manhã, o diálogo é de Coimbra para o mundo, com pessoas de uma área mais especializada, inclusive da área da Psicologia, onde teve um papel importantíssimo para os psicólogos clínicos passarem a ter uma carreira e também para abrir o campo da saúde mental. De tarde, o diálogo é de Lisboa para o mundo, estando previsto um colóquio mais abrangente”, descreveu.