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Critical Software: Tecnologia de ponta, mentes criativas e espírito de superação

24 de Julho 2022 Jornal Campeão: Critical Software: Tecnologia de ponta, mentes criativas e espírito de superação

O Summer Camp, iniciativa promovida pela empresa de Coimbra Critical Software, está de volta. O programa, que nasceu em 2018 e não aconteceu em 2020 devido à pandemia, pretende dar oportunidade a jovens universitários de ter o seu primeiro contacto com o mundo do trabalho. A experiência é única e, segundo os testemunhos recolhidos pelo “Campeão” numa das iniciativas deste projecto, vai deixar saudades. 

Para o Summer Camp, a Critical Software recebeu, este ano cerca de 350 candidaturas. Dessas, apenas 30 (15 para cada um dos dois projectos integrantes do Summer Camp – a Innovation Experience e o Summer Internship) foram seleccionadas, provenientes de todos os pontos do país e até além-fronteiras, para fazer das instalações da empresa – especializada em soluções de software e serviços de engenharia para o suporte de sistemas críticos – a sua casa por uma (na Innovation Experience) ou quatro semanas (no Summer Internship).

A Innovation Experience decorreu ao longo da passada semana (de 11 a 15 de Julho), cinco dias onde os estagiários e engenheiros desenvolveram protótipos através da robótica, Internet das Coisas, Design da Experiência do Utilizador, Electrónica, Cibersegurança e Inteligência Artificial.

Já o Summer Internship encontra-se a decorrer desde segunda-feira (18), em modelo híbrido, e terminará a 12 de Agosto. Nesta experiência de quatro semanas, os alunos do ensino superior vão poder ter a sua primeira experiência de trabalho e aprender sobre a cultura e os diversos projectos da empresa.

QUATRO DESAFIOS:
DA IDEIA AO PROTÓTIPO

O “Campeão” foi ao Fikalab – laboratório da Critical Software onde decorreu o Innovation Experience – para conhecer melhor o funcionamento desta iniciativa. “Aqui apresentamos-lhes desafios, explicamos-lhes quais as tecnologias que vão usar e eles, durante uma semana, com o nosso acompanhamento, puxam pela criatividade e chegam a uma solução para o desafio que lhes foi colocado”, começa por explicar o Director de Inovação da empresa que aproveita para frisar a possibilidade que estes alunos têm, assim, de “trabalhar em desafios do mundo real usando tecnologia de última geração”.

“No fundo, os alunos partem de alguns componentes que lhes damos e eles têm de perceber como vão programar todo o sistema e torná-lo operacional em apenas uma semana. É passar de uma ideia à segunda-feira e entregar um protótipo à sexta”, complementa Filipe Simões.

Para esta experiência, os alunos já têm uma formação de ensino superior mas, “no ambiente competitivo que agora se vive, eles querem distinguir-se de alguma forma dos demais e a verdade é que, passar por esta experiência numa empresa como a Critical, é algo que fica também no currículo”, sublinha. Os jovens participantes são acompanhados, em permanência, por um grupo de mentores, engenheiros da Critical Software e, para além das tecnologias de última geração, têm igualmente contacto com as diversas áreas – espaço, automóveis, aviação, comboios, saúde, energia, comércio eletrónico, banca, entre outras.

No primeiro dia, segunda-feira (11) os alunos escolheram qual dos desafios, de entre os quatro apresentados pela Critical, queriam abraçar. A escolha não foi, certamente, fácil. Desenvolver um dispensador de comida para animais de estimação, automático, num conceito onde, através de uma aplicação, remotamente, se dá indicação para dispensar a comida ao animal. Outro dos desafios foi a criação de um sistema (Innovation Catalyst) onde um programa de computador extrai o texto de um áudio e analisa-o para perceber quais as palavras-chave desse som. “No fundo, estamos a usar algoritmos para extrair a informação mais relevante de uma entrevista que pode ser muito longa, desenvolvendo um software com essa finalidade”, fundamenta Filipe Simões. Já o terceiro desafio envolve uma bicicleta, que está estática, e simula um ambiente de realidade virtual e, à medida que se pedala, é possível ver o percurso que leva o ‘ciclista’ a passear por ambientes virtuais, fazendo uso de realidade virtual e com a possível adaptação de sensores variados que permitem registar a velocidade ou o tempo de percurso e até transformar o programa num jogo digital. Por fim, o quarto desafio, o ‘Virtual Jedi’, trata-se de um dispositivo “que consegue ler ondas cerebrais e o objectivo é, só com o poder da mente, controlar um guerreiro jedi num ambiente virtual”. O equipamento detecta ondas celebrais, mede-as e percebe-se qual a intenção do utilizador. “É uma fusão entre a inovação da Critical Software e o universo Star Wars”.

BALANÇO

No final, foi uma semana muito produtiva para os alunos e até mesmo para a Critical que vê neste projecto uma iniciativa que, por um lado, “é uma experiência onde eles ganham uma série de competências, como discutir uma solução, pensar fora da caixa, naquele que pode ser o primeiro contacto com o mundo real de desenvolvimento de projectos” e, por outro lado, “a própria empresa conhece alunos brilhantes que poderão, eventualmente, um dia vir a trabalhar connosco”,
esclarece Filipe Simões.

O balanço é muito positivo. “Um grande elogio a estes alunos porque, apesar de serem projectos muito
desafiantes apenas para uma semana, e onde notámos alguma apreensão no início, conseguiram logo de seguida organizar-se com um grande espírito de entreajuda”.

Filipe Simões garante: “Não há produtos revolucionários a sair desta experiência porque na realidade já existem outros do género, mas há uma experiência que lhes vai revolucionar a vida”.


Nádia Moura

»» [Reportagem da edição impressa do “Campeão” de 21/07/2022]