 
Criada a 5 de Maio de 2017, a Chorus Ingenium – Associação Cultural dos Engenheiros da Região Centro surge pelas mãos da Ordem dos Engenheiros e da vontade em unir e fortalecer laços entre esta comunidade. Foi em grande medida a pensar na componente cultural que o Coro Chorus Ingenium veio dar vida e entusiasmo musical a todos aqueles que sentiam a música coral como uma actividade honrosa e conceituada. O seu percurso ainda é curto e quando estava em actividade crescente deparou-se com uma pandemia. Contudo, isso não foi motivo para baixar os braços e mesmo contra todas as adversidades soube contornar o momento e inovou na sua actividade criando o Ciclo de Sessões Multiculturais. Com cerca de cinco dezenas de coralistas, o grupo tem percorrido várias salas da região e do país e tem mostrado vontade em levar o nome Chorus Ingenium mais além.
Cristiana Dias
Com o objectivo de promover actividades culturais e com vista à aproximação e desenvolvimento das relações sociais, nomeadamente entre os engenheiros e a sociedade, surgiu a 5 de Maio de 2017 a Chorus Ingenium – Associação Cultural dos Engenheiros da Região Centro. Foi dessa vontade que a Ordem dos Engenheiros da Região Centro (OERC) decidiu unir forças e implementar um órgão que os representasse, essencialmente, nestas componentes.
“A Ordem dos Engenheiros é uma Associação que não tem apenas a componente técnica, tem também a componente social e cultural, prevista aliás nos seus estatutos. Queremos promover estas partes junto dos associados e da sociedade e tentar proporcionar o melhor que podemos fazer dentro delas”, refere Álvaro Saraiva, presidente da Chorus Ingenium.
Aberta à participação de todas e todos os engenheiros que dela queiram fazer parte, a Associação tem em actividade e em consolidação o seu coro, também denominado Chorus Ingenium. “Somos um agente cultural activo na promoção e divulgação, nomeadamente do canto coral e da música”, sublinha o presidente ao “Campeão”.
Inicialmente a Associação começou a ter apenas associados coralistas, mas posteriormente com o desenvolvimento da sua actividade foi ganhando novos associados não coralistas. Actualmente, a Chorus Ingenium tem 54 associados, sendo que 46 são coralistas. O Coro, que é misto, faz-se acompanhar sempre ao piano por Inês Gomes e pelo maestro Augusto Mesquita.
Durante o primeiro ano de vida, o Coro realizou dois espectáculos que muito representaram para a história do grupo. O primeiro foi na Guarda no XIX Encontro Regional do Engenheiro e o segundo já em casa, em Coimbra, no Convento São Francisco, no XXI Congresso da Ordem dos Engenheiros. “Foi um concerto grandioso e até arrojado”, declara o coralista referindo-se a este último espectáculo. Neste ano realizaram ainda o primeiro sunset Chorus Ingenium.
A partir daqui o Coro foi-se desenvolvendo e crescendo progressivamente, com a realização de cada vez mais espectáculos, sempre com a ajuda e orientação do maestro Augusto Mesquita.
O momento era de ascensão, até que com o surgimento da pandemia covid-19 o impulso de crescimento que se estava a verificar foi quebrado.
“Estávamos a ter um bom desempenho a nível coral. Fizemos a nossa última actuação a 4 de Março de 2020, no auditório da Ordem dos Engenheiros, na celebração do Dia Mundial da Engenharia para o Desenvolvimento Sustentável .Estávamos a começar muito bem esse ano, íamos já no terceiro espectáculo, mas a partir daqui a actividade coral parou”, explica Álvaro Saraiva.
Na expectativa de que as coisas melhorassem, empolgado também pelo desconfinamento que se verificou nesse verão, o coro foi aguardando pela oportunidade para iniciar novamente a actividade, mas os vários recuos e avanços da pandemia alterou todo o esquema.
Ciclo de Sessões Multiculturais
De forma a ‘fintar’ a pandemia e a ultrapassar o momento, a Direcção decidiu organizar o Ciclo de Sessões Multiculturais – Chorus Ingenium 2021. Programado para ocorrer de forma online, via Zoom, e com cerca de 45 minutos a 60 minutos (que muitas vezes acabou por se prolongar para além desse tempo), esta iniciativa consistiu em 10 sessões que foram desenvolvidas de Fevereiro a Julho de 2021.
“O objectivo era convidar pessoas que representassem e que fossem exemplo da actividade que desenvolviam. Convidamos várias personalidades ligadas à cultura, arte, social, informação e ciência, sem prejuízo de outras, procurando assim dar alguma transversalidade a estas mesmas sessões”, diz o presidente.
Ao longo destas sessões foram transmitidas experiências, conhecimento, ideias e visões dos diferentes “mundos” dos vários convidados. “Foi uma forma de ultrapassar o facto de não podermos actuar ou não poder haver nada presencial”, realçou.
O maestro Augusto Mesquita iniciou o ciclo com o tema “A música na voz e nos instrumentos”. Nomes como Artur Pinho Maria, Patrícia Ferreira, Catarina Canas, Avelino Correia, Élia Ramalho, Cristina Faria, Jorge Castilho e Paulo Bernardino passaram também por esta iniciativa.
O Coro retomou a sua actividade e os ensaios de forma presencial no início deste ano, em Março, tendo já realizado alguns espectáculos. Marcou presença, a 25 de Junho, na celebração do 90.º aniversário da Casa da Formação Cristã da Rainha Santa, em Coimbra, e no dia 26 de Junho no 2,º Festival de Coros de Coimbra, organizado pela União de Freguesias de Coimbra.
Componente Social
Enquanto Associação de cariz social, a Chorus Ingenium procura marcar presença e apoiar as mais diversas causas. Participou em vários espectáculos solidários, nomeadamente no concerto solidário Venerável Ordem Terceira de Coimbra realizado no Grande Auditório do Convento de S. Francisco, Coimbra, em 2019 e também esteve presente no concerto solidário ABC e D de S. Romão a favor da Associação de Bem-Estar, Cultura e Desenvolvimento Social de S. Romão, realizado no Pavilhão Centro de Portugal, também em 2019, no dia 22 Setembro, Dia Mundial da Doença Alzheimer.
Usando da sua prerrogativa sociocultural organizou em Setembro de 2019, na sede a OE em Coimbra, uma exposição integrada nas celebrações dos 50 anos da chegada do Homem à Lua intitulada de “Engenhos do Espaço: Mostra de Alguns Artefactos da Era Espacial”, da autoria do engenheiro Rui Moura.
Crescer e espalhar o nome de Coimbra
No seu reportório, o Coro Chorus Ingenium conta com 30 peças ensaiadas, bastante diversificadas, que segundo o presidente considera que tem “temas preparados para diferentes públicos”. Da lista constam músicas como um Medley de músicas de Zeca Afonso, como Verde São os Campos, Maria Faia, Canto Moço, Milho Verde, Menino d’Oiro, etc, Caçador de Sóis, Avé Maria, Excertos do Fantasma da Ópera, Feiticeira, Que Deus me Perdoe, Altos Castelos, entre outras.
“Queremos cantar música de Coimbra que faça referência à cidade e à sua região e por isso Coimbra está sempre no nosso horizonte em termos musicais. Tentamos sempre dar a conhecer cantores, músicas e poemas da região”, sublinha Álvaro Saraiva.
Apesar do seu, ainda curto percurso, o Coro Chorus Ingenium já actuou em várias salas da região Centro, nomeadamente no Pavilhão Centro de Portugal, Mosteiro de Santa Clara-A-Velha, Café Santa Cruz e Convento São Francisco. Já foram actuar também a Oliveira de Frades, Leiria, Cantanhede, Lisboa, Arganil, Ançã e Guarda.
Apesar das dificuldades sentidas durante a pandemia covid-19, o presidente destaca que o balanço é positivo dos cinco anos de existência.
“Ao ouvir o Feedback sobre os nossos concertos sentimos que é bom, porque dizem que gostam de nós e de nos ouvir cantar e isto significa que estamos a conseguir fazer aquilo a que nos propusemos. O resultado só pode ser positivo”, frisa o presidente.
»» [Reportagem da edição impressa do “Campeão” de 7/07/2022]