A Câmara Municipal de Coimbra (CMC) vai realizar uma proposta para a atribuição de um apoio financeiro de 100.000 euros à Encontros de Fotografia – Associação Cultural e Recreativa para o ano 2022.
A proposta da Encontros de Fotografia foi analisada ao abrigo do novo Regulamento Municipal de Apoio ao Associativismo Cultural, que entrou em vigor em Dezembro de 2019, no âmbito da abertura das candidaturas para 2022 ao Apoio Financeiro Municipal à Actividade Permanente, destinado a entidades que gerem equipamentos culturais municipais, neste caso o Centro de Artes Visuais (CAV).
Esta é a forma da CM Coimbra reconhecer o trabalho produzido pelos agentes culturais concelhios e promover condições de estabilidade às associações que têm a seu cargo a gestão de equipamentos municipais com programação regular, como é o caso do CAV.
O apoio financeiro municipal é atribuído com base na avaliação do programa e interesse municipal e cultural dos projectos apresentados pelas colectividades (que podem ser para um, dois ou três anos) e na avaliação do desempenho das associações no ano transato, contando para a classificação final um conjunto de critérios gerais e específicos. A associação Encontros de Fotografia apresentou uma proposta para um ano e teve uma avaliação final de 79,3 pontos (em 100), sendo o montante a conceder pela autarquia de 100 mil euros, mais concretamente de 75 mil euros para apoio ao desenvolvimento da sua actividade regular e 25 mil euros para despesas de funcionamento e gestão do CAV. Caso esses 25 mil euros não sejam suficientes, a CM Coimbra admite um reforço de 10 mil euros, mas só se existir efetivamente necessidade e essa for devidamente fundamentada.
A Encontros de Fotografia encontra-se a gerir o CAV desde a sua abertura ao público, dedicando-se à divulgação das artes visuais e da arte contemporânea. Este projecto está alicerçado no passado histórico dos Encontros de Fotografia, que surgiram em 1980 em Coimbra, por iniciativa do Centro de Estudos de Fotografia (da Associação Académica de Coimbra), e desenvolveram durante décadas um trabalho caracterizado pela qualidade da sua programação, baseada na apresentação de fotógrafos incontornáveis da História da Fotografia, na encomenda de projetos específicos a artistas reconhecidos no circuito da arte internacional e na aposta em autores portugueses. O evento afirmou-se como o mais importante agente de divulgação e produção de fotografia no nosso país.
O programa que a Encontros de Fotografia apresenta para 2022 “mantem a coerência com o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido, seguindo uma linha de orientação que confere homogeneidade ao projecto artístico, procurando não só manter uma oferta coerente e regular de eventos em Coimbra, mas estender a sua área de intervenção a outros espaços e abranger públicos distintos, através do programa de itinerâncias das obras da colecção e da programação paralela de cinema e música”, lê-se na informação que vai a reunião de Câmara.
Na sua programação foram contemplados, através do Projet Room, quatro exposições concebidas para o espaço do CAV, de artistas emergentes: Catarina Oliveira, Catarina Botelho, Horácio Frutuoso e Bernardo Simões Correia. Apesar dos efeitos nefastos da. pandemia, que levaram a algumas interrupções forçadas pelo confinamento, a entidade conseguiu cumprir na íntegra o programa proposto, à exceção do serviço Educativo que foi a área mais afetada com cancelamentos e um decréscimo acentuado na procura.
A actividade da entidade tem sido reconhecida publicamente, sobretudo com a atribuição do estatuto de Utilidade Pública e atribuição da Medalha de Mérito da Cidade de Coimbra. A Encontros de Fotografia tem sido apoiada regularmente pela DGArtes e mantém contactos próximos e empréstimo de obras com a Fundação Calouste Gulbenkian, a Fundação de Serralves, a Culturgest, a Fundação EDP, a Fundação Leal Rios, as galerias Cristina Guerra Contemporary Art, a Aplleton Square e a Francisco Fino, entre outras.
Os serviços municipais concluem, assim, “que a Encontros de Fotografia tem desenvolvido com competência o trabalho de gestão do equipamento cultural municipal, Centro de Artes Visuais, desde a sua abertura ao público, em 2003”.