João Nuno Calvão da Silva, um dos vice-Reitores da Universidade de Coimbra realça o papel histórico da instituição e o contributo que pode dar para as relações com o Brasil, sublinhando que quanto mais forte for aquele país, “mais oportunidades terá Portugal”.
No dia em que o presidente do Senado do Brasil, Rodrigo Pacheco, visita a Universidade de Coimbra, e em que será assinado um acordo de cooperação que envolve as duas instituições, o vice-Reitor João Nuno Calvão da Silva, em declarações à Lusa, destacou o papel histórico que a Universidade tem nas relações com o Brasil, “algo que sempre vai abrindo portas” o que tem benefícios para todos os portugueses.
Porque, na opinião do vice-reitor, “quanto mais fortes estiverem os brasileiros e o Estado brasileiro, mais oportunidades terá Portugal para se desenvolver e se afirmar mais e com mais força no contexto internacional”.
Assim, para João Nuno Calvão da Silva, o que deve ressaltar das comemorações do bicentenário da independência do Brasil, que os dois países celebram em conjunto este ano, “é de facto este papel histórico e crucial que a Universidade de Coimbra acaba por assumir sempre ao longo da história e nas relações com o Brasil”.
“Um papel que nos deve orgulhar a todos (…), de todo o país, porque é algo que sempre vai abrindo portas a todas as instituições pelo lado académico, científico e cultural e que aproveitará a todos enquanto país”, referiu.
“Julgo que o Senado Federal brasileiro, como grande instituição política do Brasil percebe a importância histórica da Universidade de Coimbra e nesse sentido escolheu-nos como parceiro para iniciativas várias, que possa ter em mente (…) e a Universidade abraça a presença do presidente do Senado com grande entusiasmo”, destacou.
O vice-Reitor referiu, ainda, o “papel determinante” do Município de Coimbra neste acordo. Entre os projectos já realizados, o responsável destacou a exposição, no Ministério da Educação do Brasil, de uma organização científica da Biblioteca Geral e do Arquivo “que retrata o modo como a Universidade de Coimbra marcou a formação desse país, que é o Brasil”, patente até ao próximo dia 31 de Maio.
De acordo com aquele responsável, a exposição revela um conjunto de documentos pré e pós coloniais, que retratam “bem como Coimbra tem a sua marca hoje porque ao longo da história foi formando as várias elites brasileiras que ajudaram a formar esse país”.
Começando por Bonifácio de Andrade, que foi o patriarca da independência e professor de metalurgia na Universidade de Coimbra, indicou, como exemplo.
A propósito, disse “é interessante também notar como vários historiadores atribuem ao facto de as elites brasileiras terem passado pela Universidade de Coimbra ter ajudado a consolidar o país brasileiro”.
Segundo João Nuno Calvão da Silva, “há outras iniciativas que vão ser desenvolvidas no Colégio das Artes, outra exposição com outro em foque, e também espectáculos de natureza artística” ao longo deste ano para comemorar os 200 anos da independência do Brasil em Portugal.
O vice-Reitor recordou também que a Universidade já apoiou uma estrutura representativa dos seus estudantes brasileiros, que fez uma semana de actividades, de índole cultural, social e artística.
Segundo o responsável, hoje a maior comunidade estrangeira estudantil da Universidade é a brasileira: “Dos 5.000 estudantes estrangeiros que frequentam actualmente a Universidade, 80% são brasileiros”, que a escolheram muitos deles pelo conhecimento da sua história, que é “uma marca”.