A Metro Mondego, concessionária do sistema de autocarros eléctricos (MetroBus) que irá operar no antigo ramal da Lousã e cidade de Coimbra, lançou um concurso público para a construção do parque de material e oficinas.
O concurso da Empreitada Geral da Construção do Parque de Materiais e Oficinas (PMO) do Sistema de Mobilidade do Mondego, publicado esta segunda-feira em Diário da República, tem um valor base de cerca de 6,9 milhões de euros, irá decorrer até finais de Maio e tem um prazo de execução do contrato de 448 dias (aproximadamente 15 meses).
O critério de adjudicação será o custo da proposta e o futuro parque de materiais e oficinas ficará localizado na freguesia de Ceira, no sudeste do concelho de Coimbra, numa zona anexa ao antigo ramal ferroviário da Lousã.
A 6 de Maio de 2021, há cerca de 10 meses, o anterior Governo autorizou a Metro Mondego “a desenvolver os procedimentos para a contratação da empreitada de construção do Parque de Material e Oficinas/Estação de Recolha”.
Cerca de um ano antes, em finais de Junho de 2020, a Metro Mondego tinha lançado um concurso para a elaboração dos estudos e projectos do PMO, a localizar junto à povoação de Sobral de Ceira, “a nascente da antiga estação homónima, adjacente à via” do Sistema de Mobilidade de Mondego.
Na altura, a Metro Mondego estimava que os encargos totais para a execução de empreitada, assessorias para estudos e projectos, gestão e fiscalização das obras e expropriações ascendessem a cerca de 8,16 milhões de euros.
O Parque de Materiais e Oficinas, frisava então a Metro Mondego, ocupa um terreno com cerca de dois hectares e inclui “diversas áreas e edifícios destinados à recepção e inspecção de veículos, lavagem, parqueamento, oficina de manutenção, armazém de apoio e edifício administrativo”, incluindo ainda o posto de comando do sistema de mobilidade e salas técnicas, entre outras intervenções.
A escolha da zona de Ceira para a instalação do referido parque de materiais e oficinas da Metro Mondego remonta a 2008 – altura em que foram elaborados procedimentos de impacte ambiental – depois da localização original, na Quinta do Loreto, a norte da estação ferroviária de Coimbra-B, aprovada em 2004, ter sido abandonada, por interferir com os investimentos previstos de modernização da Linha do Norte.
Já a opção pelo sistema de MetroBus, em detrimento de um metropolitano ligeiro de superfície destinado a servir os municípios da Lousã, Miranda do Corvo e Coimbra, foi tomada pelo Governo em 2017.
Na semana passada, a Metro Mondego lançou um concurso para o “Fornecimento de Autocarros Eléctricos para Transporte Urbano de Passageiros, Equipamentos de Carregamento e Serviços de Manutenção”, no valor de mais de 58 milhões de euros.
O contrato divide-se em quatro componentes, sendo a primeira o fornecimento de 35 autocarros articulados, com cerca de 18 metros de comprimento cada, de propulsão elétrica autónoma, para transporte urbano de passageiros, incluindo ainda uma opção de aquisição de um a cinco autocarros adicionais idênticos.
As restantes componentes a concurso envolvem os serviços de manutenção, por um prazo de 15 anos, dos autocarros a adquirir, estações de carregamento eléctrico “de oportunidade, nas estações terminais de serviço” e “tipicamente nocturno” no parque de materiais e oficinas e a respectiva manutenção destes sistemas.