Ângulo Inverso: Um pau de dois bicos

A CDU aceitou integrar o Executivo liderado pela coligação Juntos Somos Coimbra, que tem maioria absoluta na Câmara Municipal, por lhe terem sido dadas “condições de independência política”, afirmou o vereador eleito.

Francisco Queirós salientou que a CDU tem assumido responsabilidades executivas em diferentes mandatos da Câmara de Coimbra (tinha pelouros no anterior mandato liderado pelo PS) e, por isso, aceitou o convite do Executivo liderado por José Manuel Silva para assumir a vereação a tempo inteiro, por terem sido “garantidas condições de independência política e, simultaneamente, disponibilizados meios para o desempenho de funções nas áreas de competência atribuída”.

Tais argumentos parece que já não foram válidos noutra circunstância para a CDU, desapoiando (Lídia Pereira) a coligação na eleição do presidente da Mesa da Assembleia Municipal de Coimbra viabilizou o candidato do PS (Luís Marinho). Apesar da coligação Juntos Somos Coimbra ter ganho a eleição directa para este órgão (15 contra 12 do PS), a CDU foi buscar os presidentes de Junta, que têm assento por inerência, para justificar que os socialistas assim tinham vencido (22 contra 21 da coligação).

Esta é uma forma de fazer política com um pau de dois bicos. Está na maioria do Executivo camarário, com o vereador a tempo inteiro a receber o vencimento, mas quando for preciso, na Assembleia Municipal, pode alinhar com a oposição e pôr em sentido a coligação liderada por José Manuel Silva. Até chumbando as propostas.