A Câmara Municipal (CM) de Coimbra já tem projecto de execução para requalificar o Parque Verde do Mondego, junto ao Exploratório – Centro de Ciência Viva de Coimbra, tendo um investimento previsto superior a 300 000 euros.
O projecto “Verd’O Parque” foi o projecto que somou mais votos na 2.ª edição do Orçamento Participativo do Município de Coimbra, uma proposta da autoria de Sofia Reis que visa a transformação de uma zona do Parque Verde do Mondego, entre o Exploratório e o rio Mondego, num espaço de fruição para todos, um local que estimule o contacto mais directo com a natureza, promova um estilo de vida mais saudável e sustentável e uma aprendizagem informal, proporcionada por diversos equipamentos a criar.
A CM Coimbra vai além do inicialmente proposto intervindo para melhorar também nas acessibilidades. Está ainda prevista a colocação de sinaléctica, mobiliário urbano e equipamentos lúdicos que incentivem os utilizadores a explorar conhecimentos de ciência e a sua experimentação. Os elementos a introduzir devem ser, sempre que possível, construídos e concebidos com recurso a materiais biodegradáveis e com processos de fabrico sustentáveis e as superfícies a pavimentar deverão passar a ter pavimentos permeáveis.
O projecto propõe a divisão do espaço em oito zonas, acessíveis de modo gratuito e permanente. Na zona 1, intitulada de “Verd’O Parque”, que vai funcionar como antecâmara ao espaço do Exploratório e incentivar à paragem e à exploração, propõe-se uma reorganização que inclui a pavimentação de algumas áreas e a introdução de degraus em betão pré-fabricado, que irão funcionar como bancos permitindo vencer o desnível existente. Serão, ainda, criados dois percursos a estabelecer a ligação com o passeio da Av. Inês de Castro e prevê-se a reinstalação no local de elementos lúdicos já existentes no Exploratório: os sólidos platónicos e a estrutura hemisférica, o “Duomo”, que servirá de apoio aos espaços da cafetaria e livraria.
A zona 2, “Parque da Ciência”, ficará situada no espaço exterior do Exploratório que actualmente se encontra vedado, e o grande objectivo passa por ampliar o espaço e eliminar as barreiras físicas existentes, de forma a permitir o livre acesso ao local. Já na zona 3, “Em cena”, onde actualmente se encontra a estrutura hemisférica do Exploratório, será criado um pequeno anfiteatro exterior, constituído por degraus de betão, estilo bancadas, que permitirá a realização de espectáculos de diversos tipos. A zona 4, “Cultiva-te”, é da actual horta, que será substituída por canteiros sobrelevados com diferentes alturas, compostos por sulipas. A escada existente será demolida e substituída por uma rampa em betão que permita o acesso a pessoas com mobilidade condicionada. Na zona 5, “AVEr”, será criada uma parede de observação de aves e serão colocados novos comedouros e bebedouros para as aves da parte posterior dessa parede.
“Espiolhar o Parque” é o nome da zona 6, situada na parte do bosque existente entre o Exploratório e a piscina, onde será construído um passadiço em madeira, sobrelevado entre as árvores existentes, de forma a ser possível aceder a uma cota superior junto da copa das árvores. Um percurso que se pretende acessível a todos e que terá ainda duas plataformas com bancos, que serão espaços de paragem, brincadeiras e zona de observação de aves.
Este passadiço irá fazer parte de um circuito de manutenção alternativo composto por um conjunto de desafios que apelem ao raciocínio e também à observação da natureza, e que se apoiam num conjunto de estruturas com estímulos interactivos.
Já na zona 7, “Encharca-te”, será criado um charco que irá funcionar como foco de atracção de diversas espécies. Será, ainda, criado um canal de água serpenteado, que irá servir de fronteira entre as zonas 2 e 6, e que pretende ser também ele um elemento lúdico. Por último, na zona 8, “Com’aki”, será criada uma área de piquenique, através da instalação de uma mesa de grandes dimensões, com bancos corridos que irão envolver as árvores existentes.
A autarquia optou, ainda, tendo em conta a especificidade dos equipamentos lúdicos de exploração e sinaléctica a colocar na área de intervenção, por abrir um procedimento autónomo para a aquisição desses equipamentos. Outra proposta passa pela celebração de um protocolo com o Exploratório, no sentido de regular a ocupação do espaço, utilização e manutenção dos equipamentos de promoção e dinamização das actividades.
A 2.ª edição do Orçamento Participativo do Município de Coimbra contou com 93 propostas candidatas, das quais 46 viram os seus projectos submetidos a votação.
Foram registados 6 491 votos, que elegeram os quatro projectos vencedores, que representam um investimento municipal de 490 000 euros nestas ideias que visam contribuir para a melhoria do bem-estar e da qualidade de vida de todos os que habitam ou visitam o concelho de Coimbra.
No Coimbra Participa, o projecto vencedor foi “O Sítio dos Cães – Criação de um parque canino”, com 1 000 votos, seguido de “Coimbra Cidade Sustentável – Autoconsumo Fotovoltaico”, com 589 votos. Os dois projectos já se encontram em fase de execução. Já no Coimbra Jovem Participa, o projecto mais votado foi “Verd’O Parque”, com 1 052 votos, seguido de “Parentolimpíedas – Mil e uma formas de parentalidade”, com 165 votos, que já esteve previsto iniciar-se, tendo depois sido adiado devido à evolução da pandemia.