O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) participou num consórcio de 12 instituições, liderado pelo Instituto Aragones de Ciencias de la Salud, que apresentaram no passado mês de Julho uma candidatura ao programa H2020 H2020-SC1-DTH-2020-1 com o projecto Remote Rehabilitation Service for Isolated Areas (ROSIA). Como resultado, o CHUC foi financiado com cerca de 1,3 milhões de euros, estando previstas despesas de compra pública de inovação, recursos humanos e outros custos relacionados com o projecto.
“Este modelo de cuidados, que necessita de um forte envolvimento da comunidade, é diversificado na utilização de tecnologia e implica soluções disruptivas em casa, intervenções orientadas a dados e uma plataforma aberta para soluções de terceiros que integra comunicação oportuna e eficaz. O ROSIA inclui parceiros especializados em áreas como: cuidados integrados, gestão de dados e plataformas abertas, saúde baseada em valor, experiência do doente, compra pública para a inovação, coordenação e disseminação”, afirmou o CHUC.
“Com este projecto pretende-se criar um modelo de cuidados de saúde organizado em torno da autogestão e auto-cuidado. Trata-se de um modelo de reabilitação no domicílio, desenhado a partir de um modelo de cuidados integrados com base em medidas que optimizam a qualidade e a utilização de recursos clínicos”, disse ainda.
“Sabemos, também, que algumas patologias como doenças cardiovasculares, covid-19 ou prótese da anca, podem ter um impacto dramático na saúde e no bem-estar das pessoas. A reabilitação tem o potencial de reduzir, ou mesmo reverter, esses impactos. Contudo, é um processo longo, doloroso e intensivo em recursos clínicos. Em algumas regiões europeias, onde se inclui Portugal, as áreas geográficas remotas enfrentam grandes índices de despovoamento. Aumenta, por sua vez, a necessidade de cuidados relacionados à idade, onde se inclui a reabilitação. Porém, os recursos mantêm-se limitados e os inconvenientes da viagem tornam tratamento penoso e muitas vezes até inviável”, acrescentou o CHUC.
“O projecto ROSIA planeia desbloquear o mercado actual para buscar soluções disruptivas para a reabilitação domiciliária através do desenvolvimento do Ecossistema de Inovação ROSIA, para possibilitar aos clínicos a prescrição de soluções certificadas e facilitar às Pequenas e Médias Empresas (PMEs) e pesquisadores, o acesso ao sistema de saúde”, concluiu.
O grupo de compradores ROSIA representa três diferentes sistemas de saúde europeus: Servicio Aragones de Salud, uma autoridade regional de Espanha; Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) de Portugal; e o Hospital Nacional de Reabilitação da Irlanda. A validação ocorrerá em dois municípios/localidades por país.