A reabertura, ainda que temporária, de uma sala de cinema do Avenida é um dos pontos altos da 26.ª edição do Festival Caminhos do Cinema Português, a decorrer até 05 de Dezembro, que este ano conta com 223 filmes e duas exposições.
“O Festival Caminhos conta com mais de 90 horas de programação, que se materializam em 223 filmes entre secções competitivas e mostras paralelas”, afirmou Tiago Santos, membro da Direcção do Caminhos, explicando ainda que as projecções se vão dividir entre o grande ecrã do TAGV e a tela do Estúdio 2 das Galerias Avenida.
Segundo o responsável, a oportunidade de reactivar a sala de cinema do Avenida, encerrada há mais de uma década, surgiu algures em Agosto, quando foi adquirido “um projector digital… um sonho com mais de 10 anos”.
“Mesmo que temporário, o reactivar da sala de cinema representa o abrir de uma caixa de memórias da própria cidade. Ainda que o espaço esteja fechado há mais de 10 anos, não há quem não saiba que aí funcionou, em tempos, um grande cinema”, nota a Direcção do Festival, sublinhando, igualmente, que “o renascer deste espaço mítico traz consigo a possibilidade perdida de Coimbra voltar a ter um cinema de bairro, uma arthouse, um espaço de encontro entre espectadores”.
No âmbito do Festival Caminhos, o renascido Estúdio 2 irá, ainda, exibir os filmes das “Selecções Ensaios” e “Outros Olhares”, bem como o Simpósio Internacional “Fusões no Cinema” e as sessões de “Reposição” e do “Turno da Noite”.
Em Dezembro, cabe às mostras paralelas “Filmes do Mundo” e “Intervenção!” encerrar a XXVI Edição do Festival Caminhos do Cinema Português.
Tiago Santos adiantou, também, que, “se no presente este projector já fez com que os Caminhos reanimassem uma mítica sala de cinema de Coimbra, tudo indica que, num futuro próximo, venhamos a fazer projecções ao ar livre noutros espaços icónicos da cidade”.
“A cultura tem, como nenhuma outra actividade, a incrível capacidade de criar elos”, sublinhou o vice-reitor da Universidade de Coimbra, Delfim Leão, que louvou ainda a qualidade da grelha de programação e a vertente pedagógica do Festival.
Já Luísa Lopes, directora-adjunta do TAGV, apresentou o teatro como sendo uma verdadeira casa do cinema. A responsável celebrou, assim, o renovar de uma parceria que elege o TAGV tanto como espaço de projecção cinematográfica quanto como espaço de exposição.
Quanto às duas exposições patentes, a mostra “Trabalho de Ator / Trabalho de Atriz” pode ser visitada a partir desta quinta-feira (12), no Café Teatro; e “Cartazes do Cinema Português” estará patente, a partir de sexta-feira (13), nos corredores das Galerias Avenida.