Autarca de Mira reuniu-se com secretária de Estado para debater sistema hídrico

Depois de muitas queixas, inclusivamente ao Governo, o presidente da Câmara Municipal de Mira, Raul Almeida, conseguiu, ontem (04), reunir-se com a secretária de Estado do Ambiente, Inês dos Santos Costa, para debater os problemas do sistema hídrico de Mira, nomeadamente, as descargas de efluentes.

O encontro realizou-se por videoconferência, durante a qual Raul Almeida questionou a governante acerca do ponto de situação relativo às descargas de efluentes que continuam a afectar o concelho de Mira.

“Enquanto se aguarda a construção da ETAR, que segundo a secretária de Estado arrancará em 2021, estando já em processo de análise as propostas resultantes do concurso público, Raul Almeida exigiu soluções mais rápidas que mitiguem o problema”, revela o Município de Mira.

O edil mostrou-se, também, preocupado com a recuperação do sistema hídrico do concelho, mais concretamente na Vala Real, Lagoa e Barrinha de Mira. “O nosso objectivo é solicitar um estudo à Universidade de Coimbra que nos diga quais são os danos reais que estas descargas estão a causar no nosso sistema hídrico e também qual o caminho para a solução dos mesmos”, frisou.

Em resposta às questões colocadas, Inês dos Santos Costa garantiu que analisará a situação, avaliando a potencialidade do estudo solicitado por Raul Almeida e reforçando, junto da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e da Águas do Centro Litoral (AdCL), “a necessidade de retomar as reuniões com os municípios afectados por estas descargas, de forma a acompanhar melhor a situação”.

Da Secretaria de Estado do Ambiente ficou, assim, o compromisso de analisar com mais detalhe e atenção o assunto e, assim que possível, voltar a sentar à mesa com soluções.

Este é já um problema recorrente em Mira, tendo a autarquia vindo a alertar as entidades competentes para o mesmo há já praticamente dois anos. Inclusivamente, Raul Almeida chegou a interpor uma providência cautelar para impedir a empresa Águas do Centro Litoral (AdCL) de fazer descargas sem tratamento na estação elevatória das Cochadas, em Março de 2019; e, mais tarde nesse ano, foi ao Parlamento chamar a atenção para as descargas no seu concelho.