O desenvolvimento do receituário do projecto “Receitas que Contam Histórias – Gastronomia e Vinhos das Aldeias Históricas de Portugal” está a cargo da Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra, com harmonização de vinhos da região, através de uma parceria com a Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior.
Sublinhe-se que, além do desenvolvimento do receituário, a Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra também será responsável pela realização de ‘workshops’ e de sessões de formação para os agentes privados do sector da hotelaria e restauração do território das Aldeias Históricas de Portugal.
“A Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra saúda, com entusiasmo, a criação de uma carta gastronómica das Aldeias Históricas de Portugal. Desde o primeiro momento em que tivemos conhecimento deste feliz projecto que procurámos associar-nos, disponibilizando os recursos humanos e técnicos para o efeito. Um contributo que esperamos que possa contribuir para um resultado que se pretende de excelência. O nosso ´know-how´ e recursos podem e devem ser colocados ao serviço dos territórios e suas comunidades, sempre em benefício do desenvolvimento turístico das regiões e do país. A carta gastronómica das Aldeias Históricas de Portugal é um dos melhores exemplos disso mesmo”, afirmou José Luís Marques, director da Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra.
“Receitas que Contam Histórias” é uma iniciativa da Associação das Aldeias Históricas de Portugal. Em curso desde Junho, começou com a recolha de testemunhos junto da população residente, com o objectivo de identificar as receitas que são a essência do território.
Segundo a Associação, esta é “uma extraordinária inventariação de conhecimentos ancestrais, saberes tradicionais e técnicas artesanais que agora vai ser perpetuada, mas também promovida junto do sector da restauração e hotelaria local (com harmonização de vinhos da região), de modo a reforçar as Aldeias Históricas de Portugal como um destino turístico verdadeiramente singular e excepcional”.
As entrevistas foram realizadas à população das 12 Aldeias Históricas de Portugal (Piódão, Almeida, Belmonte, Castelo Mendo, Castelo Novo, Castelo Rodrigo, Idanha-a-Velha, Linhares da Beira, Marialva, Monsanto, Sortelha e Trancoso).
Durante três meses, muitos dos residentes das Aldeias Históricas (na sua maioria anciãos) foram entrevistados, com vista à recolha detalhada dos saberes, receitas, métodos de confecção, especificidades, tradições e produtos endógenos existentes ou que até se tenham “perdido” no tempo. Ou seja, a informação necessária para a inventariação do cardápio gastronómico do território, assim como dos métodos de confecção dos respectivos pratos.
Com este trabalho de investigação, as Aldeias Históricas de Portugal procuram não apenas perpetuar este património imaterial, mas igualmente desenvolver ferramentas que permitam a apropriação desta cultura gastronómica por parte dos agentes económicos do sector da restauração e da hotelaria, mas também da população da região.
Esta iniciativa é realizada ao abrigo do Programa Valorizar, linha de apoio “Valorização Turística do Interior”, cofinanciada pelo Turismo de Portugal.
“Para a Associação das Aldeias Históricas de Portugal, este projecto é extraordinariamente importante para a consolidação do território como destino turístico sustentável de qualidade, associado a experiências turísticas diferenciadoras e inovadoras, assentes na valorização dos recursos naturais e culturais, com capacidade para criar valor e potenciar o ‘saber-fazer’ do capital humano local. Há uma tendência crescente de ‘In tradition we trust’, em que se verifica uma procura, por parte dos consumidores, de sabores, práticas e modos de confecção tradicionais/antigos. Ou seja, esta é uma oportunidade de repensar os produtos e a gastronomia oferecidos no âmbito da experiência turística. Este projecto abre, assim, ´portas´ para a Inovação Rural e Inovação no Turismo, ambos os domínios integrados na estratégia da Rede das Aldeias Históricas de Portugal. Uma importante alavanca para a dinamização da economia local e para a promoção da sustentabilidade e inclusão”, disse António Robalo, presidente da Associação das Aldeias Históricas de Portugal.