Coimbra  21 de Maio de 2025 | Director: Lino Vinhal

Semanário no Papel - Diário Online

 

Covid-19 não impediu CHUC de acorrer prontamente aos AVCs

2 de Novembro 2020

O Dia Mundial do Acidente Vascular Cerebral (AVC) assinalou-se na passada semana (29 de Outubro) e apesar dos constrangimentos do Serviço Nacional de Saúde, actualmente, devido à pandemia de covid-19, o tratamento dos doentes com AVC não foi descurado no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

“Este é um dia que nos obriga, a todos, a reflectir sobre esta doença que, ano após ano, se mantém como a principal causa de morte e incapacidade em Portugal prevendo-se que mantenha esse estatuto indesejado em 2020, mesmo em contexto de pandemia”, nota o CHUC, sublinhando João André Sousa e João Sargento Freitas, neurologistas da equipa da Unidade de AVC do Serviço de Neurologia, que se “trata de uma doença que entope ou rompe os vasos sanguíneos do cérebro, impedindo a chegada de oxigénio e nutrientes a determinadas áreas do nosso cérebro. Uma em cada quatro pessoas será vítima de um AVC durante a sua vida”.

“É uma doença súbita mas a sua história natural começa anos antes com os ‘suspeitos do costume’ – sedentarismo, obesidade, tabaco, álcool, tensão arterial e colesterol elevados, diabetes, doenças cardíacas como a fibrilação auricular, entre outros -”, afirmam os responsáveis, acrescentando que, por isso, “prevenir é melhor que remediar e o mesmo se aplica ao AVC”, mas, “quando a prevenção não resulta, é vital uma detecção precoce”.

“No AVC o tempo é cérebro! Cada minuto que passa após a instalação desta urgência neurológica corresponde a 1,9 milhões de neurónios irreversivelmente perdidos. Por (3 F’s) que exigem uma chamada imediata para a linha 112”, realçam.

Os 3 F’s são: desvio da Face, falta de Força de um lado do corpo e dificuldade na Fala. Por isso mesmos, “quanto mais cedo se detectar, tanto maior será a probabilidade de tratamento de modo a evitar sequelas”.

João André Sousa e João Sargento Freitas esclarecem que nada muda a respeito do tratamento do AVC, nesta época de covid-19, “mantendo-se a total disponibilidade de uma equipa dedicada e diferenciada no CHUC, que trabalha sete dias por semana/24h por dia, em contacto permanente com os vários hospitais da região Centro, de forma a oferecer o melhor tratamento possível a todos os doentes que dele puderem beneficiar.”

Os neurologistas alertam, ainda, que não deve existir nenhum receio, nem nenhuma demora, no accionamento da linha 112 perante a instalação súbita de um dos três sinais de alarme que exigem uma chamada imediata.

“Mesmo nesta época da covid-19, parar o AVC continua a ser uma missão de todos”, frisam.