Três exemplares de cavaquinhos da colecção da família Pardal
O cavaquinho é um pequeno tetracórdio, sem consenso na sua origem, mas com uma ancestralidade greco-latina. Trata-se de um cordofone popular de pequenas dimensões, do tipo da viola, de tampos chatos, da família das guitarras europeias. A sua afinação natural ré4, si3, sol2, sol1, podendo ter outras como mi4, dó sustenido3, lá2, lá1, ou lá4, mi3, ré2, sol1. Era e é tocado de geralmente tocado de rasgado
O cavaquinho foi levado pelos portugueses para outras paragens: Brasil – Cavaquinho Brasileiro; Cabo-Verde – Cavaquinho de Cabo Verde; Havai – Ulule-lhe.
Espalhado pelo país, na Madeira toma o nome de Braguinha. Contudo é no Minho que ele tem a sua maior expressão na sua ligação à música tradicional. O povo do Minho tomou como instrumento nuclear das tocatas ou toque (este termo usado pelo povo em Souselas), acompanhando festas, romarias, rusgas e folguedos diversos, mas sempre indispensável em danças de terreiro, desgarradas ou cantares ao desafio.
O cavaquinho de Coimbra afinava, de acordo com a viola da região, mi4 -si3 -sol3 -ré3 (do agudo para o grave). O seu toque era frequente na região de Coimbra, acompanhado a viola, a guitarra, o pandeiro e os ferrinhos nomeadamente, nas festas, romarias e nos festejos do S. João, nas fogueiras da cidade. Também, andou pelas nas serenatas da Academia, com referências, sob o nome de machinho.
Nota: Para saber mais ver Instrumentos Musicais Populares Portugueses de Ernesto Veiga de Oliveira, edição da Fundação Calouste Gulbenkian, ou em http://www.cavaquinhos.pt/pt/CAVAQUINHO/Historia.htm
(*) Biólogo