Aproximar ao rio Mondego a Baixa de Coimbra, mas envolvendo também a margem de Santa Clara, foi defendido, neste sábado, nas jornadas de reflexão que juntaram arquitectos, entidades públicas e forças políticas.
Com a participação de mais de meia centena de pessoas e organizada pelo movimento Cidadãos por Coimbra (CpC), a iniciativa decorreu no Hotel D. Inês e vincou a necessidade de se concretizarem projectos de qualidade urbanística que “cheguem a cidade ao rio”, com a retirada da linha de caminho-de-ferro entre as estações de Coimbra-A e B e a concretização do MetroBus.
Com várias perspectivas e algumas discordâncias, o tema foi abordado por João Rebelo, ex-vereador e da Ordem dos Engenheiros, o arquitecto Manuel Salgado, presidente da Sociedade de Reabilitação Urbana de Lisboa, Nuno Grande, professor do Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra, João Marrano, presidente da Metro Mondego, Carlos Cidade, na qualidade de vereador e de líder concelhio do PS, Adelino Gonçalves, do CpC, João Manuel Silva, do Somos Coimbra, Nuno Freitas, do PSD, e Cabral de Oliveira, do PPM,
Carlos Cidade, vereador responsável pelo Urbanismo da Câmara de Coimbra, deu conta que existem vários projectos privados que estão em fase de licenciamento para a zona ribeirinha, mas sublinhou que 70 a 80 por cento do espaço da beira-rio é público.
Já o presidente da Metro Mondego acentuou que o MetroBus, com uma frequência urbana de cinco em cinco minutos, contribuirá para a uma maior circulação de pessoas e melhorar o acesso público à zona ribeirinha.
Da parte do Departamento de Arquitectura da UC foi sublinhado os vários trabalhos que têm sido realizados sobre a cidade, alguns deles que sustentam a ligação de Coimbra entre as duas margens, incluindo a construção de duas novas pontes, com Santa Clara a entrar no desenho urbano.
Recorde-se que na apresentação destas jornadas, o coordenador do movimento Cidadãos Por Coimbra (CPC) disse pretendee que as forças públicas da cidade e os organismos competentes definam um plano de revitalização da frente ribeirinha entre as traseiras da avenida Fernão Magalhães e do Choupal.
Gouveia Monteiro sublinha que “com as obras de consolidação dos muros do rio Mondego e a supressão da linha férrea [entre a Estação Nova e Coimbra B], a cidade vai ganhar cerca de dois quilómetros de comprido por 100 metros de largura”.
“Tudo tem de ser cosido pelo Município, pois pretendemos que as funções e o interesse colectivo sejam privilegiados nesta grande oportunidade para desenvolver um espaço, que vai ter bons transportes e com boa cadência”, frisou.
Para o coordenador do CPC, trata-se de uma grande oportunidade de Coimbra ganhar uma “nova atractividade”, através de um plano em que toda a “cidade se reconheça”, garantindo espaços de lazer e cultura.