A Associação dos Cafés com História de Portugal é a vencedora, na categoria “Transnational Thematic Tourism Products”, dos prémios atribuídos pela European Cultural Tourism Network (ECTN), na edição de 2020, cujo tema principal era a Promoção do Turismo através do Património Cultural.
A ideia da candidatura surgiu pelo trabalho já desenvolvido pela Associação dos Cafés com História de Portugal, através do seu presidente Vítor Marques, também coproprietário do Café Santa Cruz, e pelo historiador e jornalista galego Fernando Franjo.
A criação de uma rede entre Portugal e Espanha que estabeleça um itinerário de Cafés Históricos foi a proposta apresentada a concurso na secção “Transnational Thematic Tourism Products, including European Cultural Routes”, agora vencedora do prémio nessa categoria. O anúncio e entrega de prémios aconteceu, via zoom, no passado dia 22 de Outubro.
“Com esta candidatura quisemos recordar as histórias dos Cafés Históricos da Península Ibéria, reflectir sobre a sua definição (Café Histórico vs Café com História), mantendo vivo o legado que nos foi transmitido ao longo de décadas, dando visibilidade ao seu contributo para o património cultural de Portugal e Espanha. A nossa missão é acrescentar valor (adicionar histórias/conteúdos/tradições), ao que recebemos das gerações que nos antecederam. Temos de cuidar, divulgar e dar visibilidade aos Cafés Históricos, este património (material e imaterial), não o deixando esquecer, projectando-o para o futuro, enriquecendo a sua vida, a sua existência, a nossa vida e a nossa existência”, adiantou Vítor Marques.
“Os Cafés Históricos ao integrarem os circuitos turísticos regionais poderão contribuir para o desenvolvimento e coesão territorial, mas também para a sustentabilidade económica, social, cultural, turística e gastronómica. Numa época em valorizamos o turismo de proximidade e o turismo transfronteiriço, esta pode ser a oportunidade para atingir tão ambicionado objectivo. Os Cafés Históricos têm uma identidade viva, que é visível no desempenho dos gerentes e dos colaboradores, mas, principalmente, pelos clientes que frequentam estes estabelecimentos e que, ao dar-lhes vida, permitem a sua longevidade ao longo de gerações. Os Cafés Históricos estão abertos ao público, adaptam-se às novas realidades do mercado e às exigências do consumidor, mantendo-se competitivos, e, acreditamos e repetimos, que vão também deixar um legado histórico, patrimonial e cultural para as próximas gerações”, acrescentou o coproprietário do Santa Cruz.
Segundo Vítor Marques, esta Rota dos Cafés Históricos da Península Ibérica, uma rota transnacional, “é uma oportunidade para viajar, para descobrir e conhecer a história, a herança cultural e a diversidade social, que é dada a conhecer por cada um dos Cafés Históricos que se localiza nas diversas regiões de Portugal e Espanha. O melhor exemplo são os Caminhos de Santiago, a primeira Rota Cultural do Conselho da Europa (1987). Podemos, neste percurso, visitar os Cafés Históricos das diferentes cidades, tornando a experiência ainda mais enriquecedora não só do ponto de vista religioso, mas também cultural”.
Neste momento está a ser estruturado um projecto piloto envolvendo os Cafés Históricos do Centro de Portugal e os Cafés Históricos da Galiza, no sentido de se promover a música e a gastronomia de cada uma destas regiões. Pretende-se que estes momentos ocorram dentro dos Cafés Históricos, mas cumprindo as regras da Direcção-Geral da Saúde (se ainda se mantiver a pandemia).