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Somos Coimbra agradece aos que saíram contributo dado ao movimento

22 de Outubro 2020

A Comissão Política do Somos Coimbra (SC) declarou, hoje, que “lamenta” a saída de alguns elementos daquele órgão, mas “agradece a contribuição que deram ao movimento”, liderado por José Manuel Silva.

Conforme o “Campeão” noticiou (online e edição Digital), 11 elementos da Comissão Política do Somos Coimbra, entre eles os quatro fundadores, anunciaram a saída por discordarem da integração de elementos do movimento em listas de partidos políticos.

Com a nota hoje divulgada, a Comissão Política do movimento pretende esclarecer os simpatizantes do Somos Coimbra e “informar factualmente os conimbricenses da recente clarificação interna”.

Pretendemos reafirmar que Coimbra pode continuar a contar connosco e que nada nos desviará daquele que sempre foi o objectivo central do movimento: enriquecer a democracia com uma forma independente de pensar e de estar, congregar vontades, dinamizar Coimbra e inverter a decadência do concelho”, refere-se no texto do documento, que a seguir reproduzimos:

«Naturalmente, lamentamos a recente saída de alguns elementos do Somos Coimbra e agradecemos a contribuição que deram ao movimento.

Sempre nos uniu a vontade de mudar Coimbra, a convicção de que isso é possível e uma concepção de Coimbra competente para se afirmar como líder inquestionável do processo de desenvolvimento da região. A saída agora de alguns elementos do Movimento em nada abala esta nossa orientação. Representa tão somente a solução que encontraram em face de um processo desejável de discussão aberta e democrática de caminhos possíveis.

Com efeito, defendem os elementos que saíram que temos de concorrer obrigatoriamente sozinhos às próximas eleições autárquicas. Trata-se de uma posição oposta àquela que sempre foi a estratégia aprovada nos órgãos próprios e debatida publicamente nos eventos do movimento, como o histórico formal de deliberações confirma.

Note-se que a primeira decisão formal do movimento Somos Coimbra no sentido de procurar pontes com outras forças políticas foi tomada consensualmente em reunião da Comissão Política (CP) de novembro de 2019. A síntese da reunião contém essa conclusão e, comunicada a todos os membros, não suscitou qualquer discordância.

Foi precisamente esta posição que foi consolidada ao longo dos meses seguintes e que, afinal, foi novamente expressa na moção aprovada nas eleições internas de Julho passado, que elegeu o coordenador e a nova CP, reiterando uma estratégia clara para o movimento, com 97,4% de votos favoráveis e sem nenhum voto contra. Nessa moção pode ler-se:

“No prosseguimento do seu objectivo de trabalhar para recuperar o prestígio do passado e acelerar o desenvolvimento rumo ao futuro, promovendo um melhor lugar no todo nacional e a globalização de Coimbra, o movimento estará sempre disponível para procurar consensos alargados com outros movimentos ou partidos políticos, sem aceitar projectos que representem uma secundarização ao partidarismo que impera em Portugal e recusando quaisquer ligações a grupos extremistas”.

Acresce que vários dos agora demissionários participaram activamente nos contactos que entretanto foram estabelecidos e nas reuniões com outras forças políticas, sempre relatadas e debatidas na CP, dentro da linha estratégica aprovada.

Inopinadamente, alguns elementos propuseram uma inflexão súbita e absoluta da estratégia do movimento. Sempre com total abertura ao diálogo e às ideias, foi convocada uma reunião extraordinária da CP. Nessa reunião, que decorreu na passada segunda-feira, após um animado debate, o movimento Somos Coimbra reafirmou os princípios aprovados na moção estratégica referendada, tendo vários dos que agora saíram feito uma declaração final explícita afirmando que respeitavam o resultado democrático da votação.

O movimento Somos Coimbra entende que uma postura de “orgulhosamente sós” não só remete para tempos de má memória, como não leva a lado nenhum. Constituir um movimento de cidadãos independentes não é um mero objectivo intelectual, mas sim uma via para melhorar a vida dos habitantes do concelho de Coimbra. Coimbra deve estar acima de tudo e não pode continuar a sofrer com divisões, sensibilidades e querelas pessoais.

A política é a arte do compromisso, salvaguardados os valores éticos fundamentais, e a democracia enriquece-se com a construção de entendimentos que correspondam aos anseios da população e que permitam promover a concretização do programa do Somos Coimbra, no sentido do tão urgentemente necessário desenvolvimento, crescimento e afirmação do concelho de Coimbra.

Esclarece-se ainda que não estava na mesa, nem nunca esteve, qualquer integração de membros do Movimento em listas de qualquer partido.

O que temos procurado é a construção de uma plataforma alargada de várias forças políticas para devolver a esperança aos munícipes através de uma candidatura abrangente e vencedora das próximas eleições autárquicas, pois Coimbra não aguenta mais a incompetência de quem a trouxe até ao declínio em que se encontra. Caso essa plataforma não seja possível, o Somos Coimbra concorrerá sozinho às próximas eleições, circunstância para a qual se tem vindo a preparar intensamente. O exercício cívico autárquico dos passados três anos é a demonstração inequívoca da invendável independência do movimento Somos Coimbra.

Parafraseando Mark Twain, as notícias da morte do Somos Coimbra são manifestamente exageradas. O movimento mantém-se coeso e preparado para assumir sem receio a responsabilidade da governação de Coimbra, com todas as equipas determinadas, operativas e a funcionar em pleno, como facilmente se perceberá com a passagem dos dias.

Contamos com toda(o)s os que querem unir e construir um novo e forte futuro para Coimbra.

Vamos mudar e desenvolver Coimbra! Viva Coimbra!» – A Comissão Política do movimento Somos Coimbra.

Conforme ontem se noticiu, a Comissão Política do SC, constituída por 22 elementos, confrontou-se duas visões: uma que defende a integração de elementos do movimento “como independentes numa lista de partidos” e outra que advoga a manutenção do movimento “como independente e extrapartidário”.

As propostas revelaram “uma divisão”, com 11 votos para cada uma, tendo o coordenador José Manuel Silva, vereador da Câmara e antigo bastonário da Ordem dos Médicos, exercido o voto de qualidade a favor da integração de elementos do movimento em listas de partidos políticos.

Ana Goulão, Bernardo Albuquerque Nogueira, Carlos Faro, Carlos Fiolhais, Daniela Gonçalves, Fernando Seabra Santos, Filomena Girão, Gonçalo Quadros, Isabel Maia, Manuela Direito e Teresa Direito foram os elementos que anunciaram a saída do Somos Coimbra.