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Câmara da Lousã apoia sector da apicultura no concelho

19 de Outubro 2020

O Executivo da Câmara Municipal da Lousã aprovou hoje, por unanimidade, apoiar o sector da apicultura, tão representativo no concelho, através de ajudas para a certificação de mel e apoios para a compra de alimentos para as abelhas.

Um dos apoios contempla, por isso, a atribuição do equivalente a 50 por cento da despesa do processo de certificação – até ao valor de 50 euros por apicultor – exclusivo aos apicultores do concelho da Lousã e sócios da Cooperativa Lousãmel que procedam à certificação.

O processo de certificação é fruto de um trabalho desenvolvido, tendo como objectivo “uma maior qualidade para o consumidor final e que estimula a adopção de boas práticas no maneio das colmeias e das abelhas”.

“Num ano especialmente difícil para esta actividade e a exemplo de anos anteriores, o Executivo Municipal aprovou, também, a atribuição de um valor de 2 500 euros à Cooperativa Lousãmel para aquisição e distribuição de alimentos para as abelhas”, revela a autarquia.

Segundo o presidente da Câmara Municipal, Luís Antunes, “estas medida têm como objectivo um apoio mais directo e efectivo à actividade apícola – uma actividade importante no concelho nomeadamente para a dinamização da economia local – e à valorização de um produto de excelência do território, o Mel DOP Serra da Lousã”, nota o Município.

Recorde-se que já em Julho, várias organizações de produtores de mel calculavam que a colheita com denominação de origem protegida (DOP) e outros da Serra da Lousã à base de urze iriam ter quebras na ordem dos 80 por cento.

Na Lousãmel – Cooperativa Agrícola dos Apicultores da Lousã e Concelhos Limítrofes as baixas de produção estão entre os 75 e 85 por cento. Na opinião do presidente da Cooperativa, António Carvalho, “não há dúvida nenhuma” de que o maior decréscimo da produção das últimas décadas é uma consequência da instabilidade climatérica verificada na Primavera.

Também a directora executiva da Lousãmel, Ana Paula Sançana, corroborou, na altura, que as perspectivas eram “altamente dramáticas” para a colheita – a chamada cresta – deste Verão, que ainda não começou em vários concelhos.

“Muitos produtores nem sequer vão certificar o mel, pois verifica-se uma autêntica razia”, sublinhou, realçando que as quebras não foram originadas “por défice de maneio ou alimentação”, mas sim pelo clima.

No global, a produção de mel DOP Serra da Lousã teve este ano quebras de 90 por cento, o que obriga à realização da habitual feira do sector em formato “mais reduzido”, nos dias 14 e 15 de Novembro.

A Câmara Municipal organiza a feira anual em parceria com a cooperativa de apicultores que gere, em nome do Estado, a Denominação de Origem Protegida (DOP) Serra da Lousã.