A Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Coimbra está a organizar uma acção de voluntariado de limpeza do Parque de Santa Cruz, esta sexta-feira (16), pelas 09h30.
“Cuidem do ambiente. Não poluam. A nossa casa e o nosso espaço estão nas nossas mãos” é a mensagem a ser passada pelo Centro de Formação Profissional Casa Branca (CFPCB), em parceria com o Departamento Ambiental da Câmara Municipal de Coimbra, que vão “limpar e tirar o lixo do chão, porque há outras pessoas que deitam o lixo fora e não respeitam o meio ambiente”, como explica Juliana, formanda do curso de Assistente Familiar e de Apoio à Comunidade.
“É uma acção de limpeza voluntária para consciencializar e sensibilizar os formandos para a área ambiental, sobretudo a divisão dos lixos. Temos também como objectivo sensibilizar a restante comunidade e aqui abordar os direitos e deveres. Todos podemos beneficiar de iniciativas como esta”, explica Maria João Alves, formadora da APPACDM de Coimbra.
Maria João Alves revela ainda que já lançou a proposta ao Departamento Ambiental da Câmara Municipal de Coimbra para que este seja “um projecto de continuidade noutros locais com acções de sensibilização e parcerias com as juntas de freguesia, envolvendo também a comunidade”.
Uma das preocupações destes formandos, para além do lixo, é ainda o plástico nos oceanos e reforçam a urgência da frequência e alargamento da iniciativa a outros locais. “Se não o fizermos não vamos conseguir ter mais carne, mais peixe, porque os animais morrem com o plástico e o lixo que comem no que encontram”, esclareceu Gonçalo, formando do curso de Ajudante de Cozinha. Os formandos sugerem, ainda, criar um grupo, nas redes sociais, ao qual as pessoas pudessem aderir para se juntarem a estas iniciativas. “Podemos fazer também um evento na página para cativarmos mais pessoas para se inscreverem e virem”.
“A APPACDM de Coimbra é uma instituição que, normalmente, recebe apoio da comunidade. Agora, lança mãos à obra para apoiar a comunidade onde se insere, numa iniciativa que promove a inclusão no seu todo e que foi muito bem recebida pelos formandos”, explica a Associação.
“Eu sinto-me bem por estar a fazer o bem pelos outros; as pessoas que trabalham a apanhar lixo também o fazem por nós, e eu acho que devemos ajudar todas as pessoas”, conta Gonçalo.
No que se refere ao percurso formativo destes utentes, esta acção insere-se na disciplina de Cidadania e Empregabilidade. “A formação não é só saber tecnológico. Acredito que nós só conseguimos incluir pessoas na sociedade, se as incluirmos de todo, não só no trabalho. Não é só um trabalhador, é um ser humano consciente que terá maior sucesso de integração se for participativo e tenha acesso a cultura, informação e formação. A inclusão não é estritamente técnica, é pensar no ser humano de forma holística”, explica Maria João Alves.