A Comissão Municipal de Protecção Civil de Cantanhede reuniu para fazer um ponto de situação relativamente à evolução epidemiológica da covid-19 no concelho e ponderar o alcance das medidas já adoptadas para reforçar a prevenção face à segunda vaga da pandemia.
Na abertura da sessão de trabalho, Helena Teodósio, presidente do Município, reiterou o compromisso do Executivo camarário em “acentuar ainda mais o combate à pandemia, acautelando especialmente as situações que podem potenciar a propagação do vírus e proteger os sectores da população mais vulneráveis aos seus efeitos”.
A maior preocupação da autarca “reside nos idosos, até porque, face às circunstâncias que estamos a viver, a habitual e imprescindível resposta social das IPSS está bastante diminuída, ainda que os centros de dia estejam a reabrir com especiais cuidados, incluindo a realização de testes serológicos a todos os utentes por parte da equipa destacada para o efeito pelo Município”.
A líder do Executivo cantanhedense enalteceu ainda “o trabalho da Delegada de Saúde, Rosa Monteiro, quer no desencadear dos mecanismos de prevenção em várias frentes, quer na implementação dos planos de contingência”, e enfatizou “o esforço abnegado dos profissionais dos diferentes serviços de saúde do concelho”, tendo manifestado “a total disponibilidade da autarquia para continuar a cooperar com todas as entidades envolvidas nesta dura batalha que estamos a enfrentar”.
Uma das questões analisadas na reunião foram os procedimentos a adoptar para se evitarem os riscos de contágio no Dia de Finados, a 02 de Novembro, estando já definido que não são permitidas as tradicionais celebrações nos cemitérios, as quais deverão ser realizadas nas igrejas, respeitando sempre o distanciamento social e demais normas estabelecidas para os serviços eclesiásticos.
Estas e outras directrizes vão constar num documento orientador que está a ser concluído em articulação com a Delegada de Saúde, o qual será enviado aos párocos e os presidentes de Junta, cabendo a estes últimos controlar o número de pessoas que poderão visitar.
Outro dos assuntos abordados foi o início das actividades do ano escolar condicionado pela pandemia, tendo a este respeito sido destacado a cooperação entre os agrupamentos de escolas, a Câmara Municipal e a Delegada de Saúde.
Numa intervenção por vídeo conferência, o director executivo do Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) do Baixo Mondego, José Luís Biscaia, manifestou algum optimismo relativamente à resolução dos eventuais problemas decorrentes do cruzamento da covid-19 com a gripe sazonal. “O processo de aquisição das vacinas para a gripe encontra-se a decorrer sem atrasos e com normalidade”, disse aquele responsável, sublinhando que alimenta “a expectativa de que, se forem devidamente cumpridas as regras de prevenção, como o afastamento social, o uso da máscara e outras, tenderá a haver uma redução da disseminação do vírus”.
José Luís Biscaia congratulou-se com “a disponibilidade e a colaboração prestada pela Câmara Municipal de Cantanhede no desenvolvimento das acções de testagem de suspeitos de infecção nas suas diversas vertentes”, tendo caracterizado “a actuação da autarquia como um valioso exemplo de parceria, pelo apoio logístico atempado que permite minimizar o risco de transmissão da covid-19”.
Igualmente por videoconferência interveio Teresa Vaio, directora clínica do Hospital Arcebispo João Crisóstomo, que falou dos “mecanismos de prevenção em curso na unidade hospitalar e o plano de contingência que está a ser seguido com muito rigor em todas as práticas e processos”, salientando a “existência de equipas específicas dedicadas aos cuidados continuados e aos cuidados paliativos”.
Além destas medidas, Teresa Vaio referiu-se à “importância dos horários desfasados, já implementados, bem como do teletrabalho nas situações em que isso tem sido possível” e concluiu a informar que “o hospital já pode contar com as vacinas necessárias para fazer a vacinação dos profissionais de saúde e dos utentes contra a gripe”.
Também numa intervenção realizada por videoconferência, Manuela Veloso, directora do Centro Distrital de Coimbra da Segurança Social, deu conta da “criação das brigadas de intervenção rápida do Distrito de Coimbra, compostas por 22 profissionais” – médicos, enfermeiros, psicólogos e auxiliares de técnicos de lares –, que vão intervir nas instituições sociais que fiquem sem pessoal devido a surtos de covid-19”, tendo admitido a “colaboração das forças armadas neste processo”.
Aquela responsável destacou ainda a possibilidade de reforço dos recursos humanos das IPSS, através da Medida de Apoio ao Reforço de Emergência de Equipamentos Sociais e de Saúde – MAREESS, uma medida temporária e excepcional com a duração inicial de um a três meses completos prorrogáveis por um período de um, dois ou três meses, até 31 de Dezembro de 2020. Este projecto visa apoiar a realização de trabalho socialmente necessário, para assegurar a capacidade de resposta das instituições públicas e do sector solidário com actividade na área social e da saúde, durante a pandemia de covid-19.