Um grupo de cidadãos contratou uma empresa para limpar as pichagens da estátua de homenagem aos Antigos Combatentes do Ultramar, em Coimbra, completando a acção que já estava a ser feita pela Câmara Municipal.
A equipa liderada pelo médico Nuno Freitas, indicado pelo PSD de Coimbra para candidato à Câmara, contratou uma empresa especializada, com sede em Lisboa, que limpou a estátua, na presença de dirigentes da Liga dos Combatentes e da associação de Deficientes das Forças Armadas.
“Este foi um sinal político de cuidar do património, de recolocar a dignidade do monumento antes do 5 de Outubro, pela promoção da paz e da memória colectiva, sabendo respeitar uma sociedade de liberdade em democracia e aqueles que ainda hoje sofrem com a Guerra do Ultramar, com a perda de vidas, assim como feridas e traumas para toda a vida”, declarou Nuno Freitas ao “Campeão”.
Esta acção interrompeu a limpeza que estava a ser feita com meios da Câmara Municipal de Coimbra, com a empresa (Tecnograffiti) contratada pelos cidadãos, a apresentar todos os pergaminhos que tem a nível nacional nesta área, completando o trabalho com a utilização de produtos próprios e água quente.
Quem não gostou da intromissão foi a Câmara de Coimbra, que em informação à comunicação social declara que, “perto da pausa para almoço, os funcionários municipais foram surpreendidos com a presença de uma empresa privada, sem se conhecer a origem da sua contratação, que transpôs a vedação colocada na envolvente do monumento e começou a limpar o que já estava a ser limpo e iria ser concluído durante a tarde de hoje pelos serviços municipais”.
“A autarquia vai investigar o sucedido e saber que procedimentos foram adoptados, esperando que a limpeza não autorizada tenha sido cuidada e que não venha a danificar o monumento”, acrescenta o Município.
A Comissão Concelhia de Coimbra do PS, que é liderada por Carlos Cidade, vice-presidente da Câmara, também reagiu à iniciativa, considerando que “os ‘marketeers’ eleitorais” fizeram “uma acção de aproveitamento político para limparem de forma ilegal um monumento que… já estava a ser limpo”.
“Seguidos por câmara de televisão e páginas patrocinadas de candidaturas falhadas, vinha Nuno Freitas e uma comitiva iludida pelas cantigas eleitoralistas do empresário anestesista desesperado (…) começando então o circo, tendo os funcionários municipais ficado intimidados com esse espectáculo e a empresa abusivamente e de forma ilegal continuado o serviço que já estava a ser feito”.
Para o PS, “o empresário Nuno Freitas aparece como um ‘Herói Sonasol’, de cócoras e em frente às câmaras de filmar, a fortalecer o seu ego ferido pela liderança nacional do PSD, fingindo ser o que não é”.
“O que o empresário Nuno fez não passou de um acto de populismo que ele próprio iria repudiar quando era vereador do PSD na Câmara Municipal de Coimbra, como nem o querem na Câmara nem no PSD lá se tentou substituir ao normal funcionamento das instituições”, comenta o PS.