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Coimbra: Houve “guerra” na limpeza de pichagem de estátua dos Combatentes

2 de Outubro 2020 Jornal Campeão: Coimbra: Houve “guerra” na limpeza de pichagem de estátua dos Combatentes

Estátula CMC

Um grupo de cidadãos contratou uma empresa para limpar as pichagens da estátua de homenagem aos Antigos Combatentes do Ultramar, em Coimbra, completando a acção que já estava a ser feita pela Câmara Municipal.

A equipa liderada pelo médico Nuno Freitas, indicado pelo PSD de Coimbra para candidato à Câmara, contratou uma empresa especializada, com sede em Lisboa, que limpou a estátua, na presença de dirigentes da Liga dos Combatentes e da associação de Deficientes das Forças Armadas.

“Este foi um sinal político de cuidar do património, de recolocar a dignidade do monumento antes do 5 de Outubro, pela promoção da paz e da memória colectiva, sabendo respeitar uma sociedade de liberdade em democracia e aqueles que ainda hoje sofrem com a Guerra do Ultramar, com a perda de vidas, assim como feridas e traumas para toda a vida”, declarou Nuno Freitas ao “Campeão”.

Esta acção interrompeu a limpeza que estava a ser feita com meios da Câmara Municipal de Coimbra, com a empresa (Tecnograffiti) contratada pelos cidadãos, a apresentar todos os pergaminhos que tem a nível nacional nesta área, completando o trabalho com a utilização de produtos próprios e água quente.

Quem não gostou da intromissão foi a Câmara de Coimbra, que em informação à comunicação social declara que, “perto da pausa para almoço, os funcionários municipais foram surpreendidos com a presença de uma empresa privada, sem se conhecer a origem da sua contratação, que transpôs a vedação colocada na envolvente do monumento e começou a limpar o que já estava a ser limpo e iria ser concluído durante a tarde de hoje pelos serviços municipais”.

“A autarquia vai investigar o sucedido e saber que procedimentos foram adoptados, esperando que a limpeza não autorizada tenha sido cuidada e que não venha a danificar o monumento”, acrescenta o Município.

A Comissão Concelhia de Coimbra do PS, que é liderada por Carlos Cidade, vice-presidente da Câmara, também reagiu à iniciativa, considerando que “os ‘marketeers’ eleitorais” fizeram “uma acção de aproveitamento político para limparem de forma ilegal um monumento que… já estava a ser limpo”.

“Seguidos por câmara de televisão e páginas patrocinadas de candidaturas falhadas, vinha Nuno Freitas e uma comitiva iludida pelas cantigas eleitoralistas do empresário anestesista desesperado (…) começando então o circo, tendo os funcionários municipais ficado intimidados com esse espectáculo e a empresa abusivamente e de forma ilegal continuado o serviço que já estava a ser feito”.

Para o PS, “o empresário Nuno Freitas aparece como um ‘Herói Sonasol’, de cócoras e em frente às câmaras de filmar, a fortalecer o seu ego ferido pela liderança nacional do PSD, fingindo ser o que não é”.

“O que o empresário Nuno fez não passou de um acto de populismo que ele próprio iria repudiar quando era vereador do PSD na Câmara Municipal de Coimbra, como nem o querem na Câmara nem no PSD lá se tentou substituir ao normal funcionamento das instituições”, comenta o PS.