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Canção e Fado de Coimbra voltam a ser celebradas durante 10 dias

23 de Setembro 2020

A terceira edição do festival “Correntes de um só rio”, que vai decorrer entre sexta-feira (25) e 04 de Outubro, em Coimbra, volta a querer homenagear a Canção e o Fado de Coimbra, iniciando-se com um espectáculo de dança e música de homenagem a Amália Rodrigues.

Promovido pela Câmara Municipal de Coimbra, o festival pretende valorizar o que de melhor a cultura conimbricense tem, integrando-se na estratégia municipal de “honrar a tradição e o legado cultural da cidade”, nomeadamente, “dar atenção redobrada e muito merecida ao Fado e à Canção de Coimbra”, afirmou a vereadora da Cultura, Carina Gomes.

“Uma das bandeiras deste festival é o envolvimento de artistas e entidades culturais de Coimbra, que é sempre muito rico e participado. Este é um verdadeiro festival da cidade e do seu tecido cultural”, reforçou a autarca.

É, por isso, um dos componentes da estratégia municipal em “promover grandes eventos que reforcem a notoriedade da cidade”, frisou Carina Gomes.

O festival “Correntes de Um Só Rio – Encontro da Canção, do Fado, da Música e das Guitarras de Coimbra” vai contar com nove espectáculos e uma exposição que procuram promover e pôr em diálogo as várias “correntes” do Fado e da Canção de Coimbra, numa programação que terá, como habitualmente, o Convento São Francisco como palco principal. A protagonizar esta programação estão artistas bem conhecidos de todos e, essencialmente, de muitos talentos locais.

Programação variada, mas sem a habitual ‘Grande Noite do Fado’

A edição deste ano tem o simbolismo de abrir com uma homenagem “de Coimbra a Amália”, por forma a mostrar “que Coimbra não está de costas voltadas para a música portuguesa e para a Amália Rodrigues”, afirmou a consultora para a programação do Convento São Francisco, Isabel Worm. Intitulado “Pitou – 100 Anos Amália”, o espectáculo junta os músicos Bernardo Moreira (contrabaixo), Bernardo Couto (guitarra portuguesa), João Neves (voz), Luís Figueiredo (piano) e Ricardo J. Dias (acordeão), sendo acompanhados por bailarinos, cuja coreografia estará a cargo de Leonor Barata.

O espectáculo pretende homenagear os 100 anos de Amália Rodrigues, mas também os 50 anos do álbum “Com Que Voz”, editado em 1970, que contou com a colaboração do compositor Alain Oulman (também conhecido por ‘Pitou’), que acompanhou parte da carreira da fadista.

No dia seguinte, é apresentado na Antiga Igreja do Convento São Francisco o projecto “Corações ao Alto”, um conjunto de peças vocais construídas por Margarida Mestre a partir da escuta de celebrações religiosas e acompanhado pelo som da guitarra de Coimbra. A 30 de Setembro, Bárbara Tinoco, o guitarrista Diogo Mendes e Tiago Nogueira (dos Quatro e Meia) apresentam “Coimbra é uma mulher?”.

Na Praça das Bandeiras, o festival vai promover a 01 de Outubro um diálogo entre o património musical de Coimbra e de Cabo Verde, com uma serenata que junta a Associação Fado Hilário e o músico cabo-verdiano Tito Paris, o único espectáculo da programação com entrada gratuita (ainda que sujeita a levantamento prévio de bilhetes).

O certame conta ainda com um encontro entre a guitarra clássica e a guitarra portuguesa num concerto dos guitarristas Hugo Gamboias e Diogo Passos, um espectáculo em torno de Artur Paredes, um concerto de António Dinis e um outro espectáculo que junta teatro e música, intitulado “Assim devera ser”, em que se vai ouvir “cantar Amália, nas vozes de três cantoras dos cantos da voz do povo: Catarina Moura, Celina Piedade e Sara Vidal”.

Para além destas iniciativas musicais, o festival promove ainda uma exposição, que se estende até 11 de Outubro, intitulada “Guitarra Outra”, que é composta em parte pelo espólio do médico e etnólogo Louzã Henriques.

Adiados, para data ainda a definir devido à pandemia, estão os espectáculos com a Secção de Fado da Associação Académica de Coimbra e a já habitual ‘Grande Noite do Fado e da Canção de Coimbra’.

“Na própria cidade, há a ideia de que ainda se fazem as coisas como há 100 anos. Esta é uma oportunidade de vir, ouvir e ficar com uma opinião diferente, de darem pelo menos uma oportunidade para ver como a música de Coimbra é agora”, frisou Pedro Lopes, da organização do festival, salientando a diversidade que é celebrada na programação do festival.

A vereadora da cultura da Câmara de Coimbra destacou que, nesta edição, o festival lançou um desafio a músicos e artistas da cidade para apresentarem propostas para o evento, tendo sido recebidas mais de 20 candidaturas e seleccionadas seis.

A Câmara Municipal de Coimbra reforça que, no seguimento do que tem vindo a ser aplicado no âmbito do seu pacote de medidas para a retoma da actividade cultural, na compra de um bilhete, a autarquia oferece o segundo.

Todas as iniciativas da programação estão em consonância com as medidas preventivas da covid-19, recomendadas pelas autoridades de saúde.