Para a farmacêutica conimbricense Bluepharma, “O Futuro é Agora!”. É este o mote que a empresa lança no âmbito do projecto “Bluepharma Acelera 2030”, que está já em curso com novas instalações, em particular as de Eiras, que deverão estar prontas no final de 2021.
Adquiridas as instalações da antiga Plural, na Estrada de Eiras, no início de 2019, a empresa pôs em curso a sua readaptação que, de momento, tem já a parte exterior completamente renovada. Este foi um investimento de mais de 46 milhões de euros e que ali irá instalar uma unidade industrial “state-of-the-art” para a produção de formas sólidas orais potentes.
Este é, por isso, considerado como um dos maiores investimentos industriais no distrito de Coimbra dos últimos anos, ao qual se adiciona ainda a aquisição, no final de 2019, das instalações da antiga Poceram, em Cernache, e a ampliação da sua sede (em São Martinho do Bispo), que está também a decorrer.
Mas é em Eiras que se centram as prioridades da Bluepharma, indicando que aquele será um edifício “inovador”, que “ficará dotado com painéis fotovoltaicos com capacidade para gerarem 250 KWh/ano, o que corresponde a cerca de 30 por cento do consumo estimado da fábrica”.
“O projecto tem um impacto significativo no aumento do emprego e da competitividade da região Centro e do país, através da criação de cerca de 100 postos de trabalho directos, na sua maioria altamente qualificados”, revela a farmacêutica.
A conclusão da unidade industrial, prevista para o final do próximo ano, está em consonância com a celebração dos 20 anos da empresa.
Quanto às instalações da antiga Poceram, as remodelações deverão ter início no final do presente ano, estando prevista a transferência de algumas áreas da sede da Bluepharma para aquele espaço. Este crescimento físico permitirá à Bluepharma duplicar a produção de medicamentos genéricos nos próximos cinco anos.
“Estamos com uma produção anual de 28 milhões de embalagens de medicamentos e dentro de quatro ou cinco anos estaremos acima dos 50 milhões”, afirmou Paulo Barradas Rebelo, sublinhando que, em 2024, prevê-se que as exportações atinjam os 90 por cento.
O presidente da farmacêutica salienta que se trata de um projecto para 10 anos, com o objectivo de “diversificar as formas farmacêuticas” que a empresa produz.
O “Bluepharma Acelera 2030” permite à farmacêutica “internalizar os resultados das actividades de I&D “in-house”, através da produção comercial de novos produtos mais complexos, sofisticados e com maior grau de inovação, promover a substituição do papel por ferramentas digitais de informação e fomentar o aumento das suas exportações”, revela.
“As inovações tecnológicas mais relevantes estão associadas ao ‘software’ e ao ‘hardware’ especificamente desenvolvidos para o sector farmacêutico, à conectividade entre máquinas e sistemas, nomeadamente através de sensores e outros sistemas de tecnologias de informação para troca de informação automática e segura, e à aquisição de equipamentos ‘state of the art’ que permitem, para além de um maior controle e eficiência, a alteração do processo produtivo para um modo mais digital e autónomo”, salienta a empresa.
A utilização de tecnologias de última geração visa, por isso, “implementar uma cultura de zero defeitos, virtualizar o produto ao longo de todas as etapas produtivas, eliminar tarefas de transcrição de dados, aumentando a ‘compliance’ e integridade dos mesmos”.
Assim, este investimento possibilita à Bluepharma a diversificação do seu negócio com a entrada em novos mercados e segmentos de clientes, contribuindo deste modo para o reforço do sector farmacêutico nacional.
O “Bluepharma Acelera 2030” tem “efeitos de arrastamento significativos para a actividade económica, estimando-se que, em 2024, cerca de 40 por cento das compras e de 60 por cento dos fornecimentos e serviços externos contratados pela Bluepharma tenham origem em Portugal, o que representa um crescimento das compras e FSE no mercado nacional superior a 50 por cento no decurso do investimento”.