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“Os Verdes” questionam Governo sobre descargas da ETAR de Alagoa em Arganil

2 de Setembro 2020 Jornal Campeão: “Os Verdes” questionam Governo sobre descargas da ETAR de Alagoa em Arganil

O partido ‘Os Verdes’ questionou o Governo sobre a existência de descargas da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alagoa, no concelho de Arganil, sem “aparente” tratamento.

Numa pergunta através da Assembleia da República, os ecologistas questionam o Ministério do Ambiente e Acção Climática se “teve conhecimento das descargas de águas residuais (…), aparentemente sem o devido tratamento”.

“As descargas derivaram de uma anomalia momentânea ou a ETAR de Alagoa apresenta debilidades no tratamento dos efluentes” despejados na Ribeira de Folques, afluente do rio Alva, que integra a bacia hidrográfica do rio Mondego.

“As águas rejeitadas por esta infraestrutura encontram-se dentro dos parâmetros permitidos? A bacia hidrográfica da ribeira de Folques, bem como a do rio Alva, têm sido monitorizadas?”, perguntam “Os Verdes”, através da deputada Mariana Silva.

A parlamentar questionou, ainda, quantas acções de fiscalização decorreram naquelas bacias nos últimos 10 anos ou se “foram levantados alguns autos de notícia”.

Segundo Mariana Silva, as descargas sem tratamento na Ribeira de Folques podem “comprometer não só a biodiversidade e o ecossistema, como também a própria saúde pública, pois são várias as praias fluviais localizadas a jusante, como é o caso da de Sarzedo, no rio Alva, que dista 1 500 metros de Alagoa”.

A ETAR de Alagoa entrou em funcionamento em dezembro de 2007, tendo capacidade para tratar um caudal médio diário de 1 532 metros cúbicos, provenientes de cerca de 8 800 habitantes-equivalentes.

De acordo com “Os Verdes”, no passado, a ribeira de Folques, com uma extensão de 10 quilómetros, foi sujeita “a constantes descargas de efluentes, sobretudo urbanos, elevando a poluição e o consequente aumento dos elementos biológicos”.

“Contudo, no Plano de Gestão de Região Hidrográfica 2016/2021 do Vouga, Mondego, Lis, este curso de água é classificado como bom ao nível do seu estado químico e potencial ecológico”, refere o documento entregue na Assembleia da República.