O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, visitou, hoje, os três feridos do acidente ferroviário em Soure, que ainda estão internados nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC).
O chefe de Estado deslocou-se aos HUC, depois de ter estado no local do acidente, que provocou duas mortes e 44 feridos, três dos quais graves, que permanecem hospitalizados, com o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, e o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales.
“Tivemos oportunidade de ver o maquinista” do comboio Alfa, envolvido no acidente, que está nos cuidados intensivos, “numa situação estabilizada, mas mais complexa”, disse aos jornalistas, o Presidente da República.
“Falámos com as duas senhoras”, que são as duas outras pessoas feridas com gravidade e se mantêm nos cuidados intermédios, mas que estão “uma, numa situação mais lisonjeira, outra com um prognóstico reservado”, relatou Marcelo Rebelo de Sousa, sublinhando que em relação a ambas a sua “evolução está a ser positiva”.
Ao deixar os HUC – um dos polos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) – o Presidente da República disse fazê-lo “francamente com a sensação” de “gratidão à equipa [de cuidados de saúde], e a esta instituição”, e, por outro lado, de que os feridos “estão em muito boas mãos”, afirmou.
Sem comentar o acidente, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou, no entanto, que “a ferrovia é fundamental na vida do país, na sociedade portuguesa”, que “tem um papel social” e “é insubstituível”.
É certo que “há casos de tentativas de suicídio nas linhas férreas, casos por razões de precipitação involuntária ou voluntária, casos de travessia de passagens de nível que não deviam ser atravessada” e “também casos, muitíssimo mais raros, como aquele que ocorreu na sexta-feira”, mas “não podemos generalizar”, sustentou.
Casos com a natureza do acidente em Soure “é raríssimo acontecer”, dado “o grau de sofisticação tecnológica da ferrovia envolvida [Linha do Norte]”, destacou o Presidente da República.
“Os portugueses podem ter a certeza que é seguro, podem e devem continuar a utilizar” o transporte ferroviário, concluiu.
De acordo com o médico Paulo Lourenço, o maquinista do comboio Alfa acidentado, que sofreu diversos traumatismos, um dos quais “toroabdominal, com hemorragia”, foi operado na sexta-feira (31), (e poderá ter de voltar a ser submetido a nova intervenção cirúrgica), tem prognóstico reservado, está ventilado, estável e consciente.
Uma das feridas sofreu um traumatismo cervical e está com “bom prognóstico”, enquanto a outra, que sofreu uma lesão hepática, está sob observação e prognóstico reservado, não foi operada, mas poderá ter de ser submetida a uma intervenção cirúrgica.
Uma das linhas afectadas pelo descarrilamento de um comboio Alfa Pendular, na zona de Soure, deveria estar pronta para ser operada até à meia-noite, afirmou o ministro das Infraestruturas.
“O que nos foi informado pela Infraestruturas de Portugal há pouco foi que até à meia-noite, em princípio, uma das linhas pelo menos estaria já pronta para ser operada”, afirmou Pedro Nuno Santos.
“Concluída a remoção dos destroços de todo a material circulante acidentado, decorrem os trabalhos finais para a reparação da via e da catenária, prevendo-se o restabelecimento da circulação na via descendente, sentido Norte / Sul pelas 24h00”, referiu também fonte da empresa, numa informação enviada à agência Lusa.
A mesma fonte acrescentou que no sentido oposto, na via ascendente, “continuarão a ser desenvolvidos todos os esforços no sentido de permitir o seu restabelecimento da circulação durante o dia de domingo”.