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Maioria dos feridos do acidente já teve alta, maquinista inspira mais cuidados

1 de Agosto 2020

A maioria dos feridos resultantes do acidente ferroviário que, ontem (31) à tarde, ocorreu em Soure, estava internada no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), mas já teve alta, encontrando-se ainda hospitalizadas três pessoas nesta unidade de saúde.

Segundo o CHUC, “dos 28 doentes que deram entrada ontem nas urgências do CHUC, 25 adultos e 3 crianças, permanecem internados apenas três: um doente – que foi sujeito a intervenção cirúrgica

de urgência à chegada – encontra-se internado no Serviço de Medicina Intensiva e os outros dois doentes encontram-se internados na Unidade de Cuidados Cirúrgicos Intermédios (UCCI)”.

O que foi sujeito à intervenção cirúrgica é o maquinista e é, também, o que inspira mais cuidados, estando os outros dois em condição estável.

O Hospital Distrital da Figueira da Foz recebeu 12 feridos leves, mas também estes já tiveram alta.

Assim, dos 22 doentes feridos ligeiros atendidos no Serviço de Urgência de adultos e das três crianças atendidas na Urgência Pediátrica do CHUC, já todos tiveram alta ainda durante o dia de ontem.

Como anunciado ainda na sexta-feira, espera-se esta tarde a visita do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ao CHUC.

“O Conselho de Administração do CHUC sublinha e agradece a extraordinária resposta dada pelos profissionais do Serviço de Urgência, não apenas os que se encontravam de serviço, mas muitos outros que, tendo tido conhecimento do acidente e estando de folga, fora do horário de trabalho ou de férias, acorreram de imediato e permitiram que o dispositivo de emergência pudesse ser activado no máximo da sua capacidade de resposta, antes mesmo da chegada dos feridos”, nota.

Veículo de Conservação de Catenária passou sinal vermelho

Segundo já se conseguiu apurar, o Veículo de Conservação de Catenária (VCC), que foi abalroado pelo comboio Alfa Pendular, passou um sinal vermelho e entrou na Linha do Norte, referiu o organismo responsável pela investigação.

Segundo informação do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), a que a agência Lusa teve acesso, o VCC “do gestor da infraestrutura tinha marcha estabelecida para a sua deslocação entre o Entroncamento e Mangualde”, era tripulado por dois trabalhadores (as duas vítimas mortais) e “não iria realizar quaisquer trabalhos no decurso da sua viagem”.

Pelas 15h12, explica o GPIAAF, o VCC parou na via de resguardo da estação de Soure a aguardar pela passagem do Alfa Pendular mas, alguns momentos depois, “por razões, que neste momento estão indeterminadas e que serão aprofundadas no decurso da investigação, o VCC reinicia a sua marcha, ultrapassando o sinal que se mantinha com aspecto vermelho”.