O Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) reiterou, hoje, que não tomou qualquer decisão de desclassificação da Urgência do Hospital dos Covões, contrariando a Ordem dos Médicos.
“O CHUC não pode reverter decisões que não tomou”, afirma o Conselho de Administração do Centro Hospitalar, numa reacção a uma acusação da Ordem dos Médicos do Centro, na segunda-feira, de que a desqualificação da Urgência do Hospital dos Covões (que integra o centro hospitalar) configura “um acto de desobediência” da Administração perante o Ministério da Saúde.
Na resposta, o Conselho de Administração do CHUC vinca que “não é da sua competência a desqualificação da Urgência do Hospital Geral [conhecido como Hospital dos Covões]”. Para o CHUC, carece “de qualquer fundamento” a acusação da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos.
“Saliente-se, ainda, que foi após 2017 que a Urgência do Hospital Geral foi aberta aos fins-de-semana e feriados e de segunda a sexta-feira até às 22h00, horário que poderá vir a ser retomado em breve, tendo em conta a estabilidade verificada no número de novas infecções [de covid-19]”, refere.
No comunicado, o Conselho de Administração nega também a redução da capacidade de internamento, referindo que estão apenas inactivas 20 camas na unidade de Ortotraumatologia, que se encontra a aguardar obras de requalificação.
O CHUC salienta, ainda, que a Unidade de Cuidados Intensivos Coronários continua a ter cardiologista 24 horas por dia e que a Pneumologia mantém no Hospital dos Covões “toda a área de ambulatório, incluindo o hospital de dia não oncológico, consultas externas e provas funcionais respiratórias”.
Segundo o Conselho de Administração, o Hospital dos Covões também contesta a acusação da Ordem dos Médicos de que o Serviço de Urgência perdeu quase metade da equipa desde Março. “O que se verificou foi a necessidade de reforço da equipa de profissionais da Urgência em cerca de 40% com profissionais que foram mobilizados de outros pólos hospitalares, por necessidade de assegurar a prestação de cuidados em segurança, no contexto de pandemia e que entretanto regressaram aos seus serviços de origem”, explica.
“Declarações precipitadas e não suportadas em factos, ditadas, muitas vezes, por razões conjunturais, têm um impacto negativo na confiança dos cidadãos e são injustas para os profissionais”, conclui o Conselho de Administração, presidido por Carlos Santos.