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Acidente com comboio em Soure provoca dois mortos e 43 feridos, sete em estado grave

31 de Julho 2020 Jornal Campeão: Acidente com comboio em Soure provoca dois mortos e 43 feridos, sete em estado grave

O balanço mais recente do acidente entre um comboio Alfa Pendular e uma máquina de trabalhos ferroviários, esta tarde, em Soure, revela que provocou duas vítimas mortais e 43 feridos, sete dos quais em estado grave.

Segundo o Comando Distrital de Operações (CDOS) de Coimbra disse à agência Lusa, foram sinalizadas 169 vítimas ilesas, além de dois mortos (os únicos ocupantes da máquina de trabalhos ferroviários da Infraestruturas de Portugal) e 43 feridos, sete dos quais graves, num total de 214 pessoas envolvidas no acidente ferroviário.

Para o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) foram encaminhados 28 feridos, dois dos quais graves e outros dois muito graves, sendo que dos casos mais preocupantes (politraumatismo) e que foi levado para o bloco operatório de emergência, é o maquinista do Alfa Pendular.

Dos 24 restantes feridos referidos pelo CHUC, todos ligeiros, 21 deram entrada nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC, onde também estão os quatro feridos graves) e os três restantes – uma menina de seis anos, e uma rapariga e um rapaz de 16 anos – foram assistidos no Hospital Pediátrico.

Também o Hospital Distrital da Figueira da Foz (HDFF) recebeu seis feridos ligeiros, “todos adultos, conscientes e em observação”.

Entre os seis feridos que deram entrada no HDFF conta-se um casal (um homem de 71 anos e uma mulher de 68) e um outro homem de 36 anos.

O alerta foi dado às 15h30, depois de um comboio Alfa Pendular, na linha do Norte, colidir com uma máquina de trabalhos da Infraestruturas de Portugal, perto de Soure, mais concretamente junto à localidade de Matas.

Ministro envia condolências e Marcelo Rebelo de Sousa visita os feridos amanhã

O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, apresentou as condolências às famílias dos dois trabalhadores, aproveitando ainda a ocasião para “dar um abraço de solidariedade a todos os trabalhadores da IP que fazem a manutenção da rede ferroviária numa base diária”.

“Dois dos seus colegas tiveram hoje um acidente mortal e queria dar as condolências às suas famílias e a todo o universo da Infraestruturas de Portugal”, afirmou o ministro, já próximo do local onde ocorreu o acidente.

O governante disse, também, que é preciso aprender com o que aconteceu no acidente para diminuir os riscos de acidentes ferroviários.

“Acreditamos na ferrovia. Eu não diria que a ferrovia passa a ser um meio de transporte inseguro, mas não impede que os acidentes possam acontecer como este aconteceu. Mas temos de aprender com o que aconteceu para diminuir mais os riscos de acidentes na ferrovia”, notou.

O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) anunciou, entretanto, que vai investigar as causas do acidente para “perceber o que aconteceu de errado, o que poderia ter sido feito, para serem tiradas todas as ilações”, frisou.

Questionado sobre a ferrovia, Pedro Nuno Santos sublinhou que está a ser feito um investimento “sem precedentes” neste sector, salientando que isso “não quer dizer” que não haja problemas.

“O mais que podemos fazer é esperar pelas conclusões. Agora que o investimento na ferrovia está a fazer-se como há muitas décadas não se fazia em Portugal é uma verdade”, salientou.