A empreitada de requalificação da Baixa da Pampilhosa está praticamente terminada e vai a concurso público em Agosto. Este é um projecto da Câmara Municipal da Mealhada, que ronda os 2,5 milhões de euros e faz parte de um conjunto de novas obras em curso no concelho, que ascendem a seis milhões de euros.
Esta intervenção, que vem sendo trabalhada desde 2012, procura valorizar, de forma integrada, toda aquela zona da vila, nomeadamente a requalificação de arruamentos urbanos (ao nível da rede pedonal e viária, com criação de parques de estacionamento) e ao nível dos espaços públicos e das infraestruturas (redes de abastecimento de águas e redes de águas residuais). Contempla, ainda, intervenção a nível dos espaços livres e das zonas verdes urbanas, bem como iluminação pública e mobiliário urbano.
A empreitada, que será concretizada de forma faseada para minimizar os constrangimentos da população e do tráfego automóvel, abrange a rua da República e a rua da Estação (que será prolongada), a rua Dr. Abel da Silva Lindo, a rua do Mercado, a rua Joaquim Cruz, entre outras.
O “Chalet Suisso”, também na Pampilhosa, adquirido pelo Município por 349 500 euros, complementa esta intervenção na vila. O emblemático edifício, onde pernoitaram reis e rainhas, foi mandado construir, em 1886, pelo industrial hoteleiro Paul Bergamin e será recuperado e colocado ao serviço da cultura.
Na Mealhada, são diversos os investimentos, uns em fase de acabamento – é o caso do Mercado Municipal, orçado em dois milhões de euros, e da Ligação dos Sistemas em Alta e Baixa da Mealhada, que custou milhão e meio de euros e garante o cabal abastecimento de água no Município para as próximas décadas -, outros em fase de lançamento. Deste último grupo faz parte a “Requalificação Urbanística do Centro Histórico de Mealhada – Requalificação das ruas Visconde Valdoeiro, Cerveira Lebre, Capitão Cabral e Dr. Luís Navega”, cuja adjudicação foi aprovada na última reunião de Executivo municipal e que custará 1,6 milhões de euros.
O projecto é complementado com a requalificação do vazio urbano com um parque de estacionamento no centro histórico da Mealhada, uma obra que vai permitir a ligação entre a avenida Manuel Lousada, a rua Branquinho de Carvalho, a rua das Oliveiras e a rua 27 de Setembro e que custará cerca de 700 000 euros, estando também na fase de lançamento de concurso público.
A estas duas intervenções soma-se a da Quinta do Murtal, já adquirida pela autarquia e que permitirá criar uma nova centralidade na cidade. “Por um lado, podemos ali criar um espaço condigno de homenagem ao mealhadense mais importante dos últimos 200 anos, o Dr. Costa Simões, com uma agradável área verde. Por outro, temos margem de manobra para resolver diversas questões urbanísticas naquela zona que permanecem irresolúveis há anos”, sublinha Rui Marqueiro, presidente da Câmara da Mealhada.
“A Mealhada ficará a ganhar bastante com estas três propostas. Teremos uma reorganização de todo o espaço, acredito que teremos uma Mealhada nova” afirma o autarca, referindo que segue-se a elaboração do estudo urbanístico daquela área.
Para aquela zona, próxima do Complexo Desportivo da Mealhada, está prevista ainda uma ciclovia e há a possibilidade de se criar um parque de skate, numa parceria com a Federação Portuguesa de Patinagem.
Do conjunto de obras em curso, destaca-se também o lançamento a concurso, aprovado na última reunião de Executivo municipal, da “Beneficiação da Piscina Municipal da Mealhada”, uma intervenção que procurará assegurar uma efectiva melhoria das condições de eficiência energética da infraestrutura desportiva e que incluiu a construção de uma central térmica de produção de energia com utilização de biomassa e aplicação de painéis solares, que custará um milhão e setenta e cinco mil euros.
A Casa da Juventude é outro dos projectos que o autarca Rui Marqueiro pretende ver avançar. Localizada na Ventosa do Bairro, este é “um projecto fora da caixa, dedicado à juventude, assente na inovação e tecnologias, que queria muito ver a funcionar antes de terminar o mandato”, refere o presidente.
A curto prazo, estão previstos investimentos também em Antes, Casal Comba e Barcouço. Em Barcouço, o êxito verificado com a mudança de local da Feira de Santa Luzia indica que o campo de futebol poderá ser o local certo para feirantes e compradores, pelo que terá de se melhorar o piso e reforçar as infraestruturas de apoio.
Casal Comba, depois de ter visto remodelada toda a sua rede de águas, vai ver melhorado o pavimento de um conjunto significativo de arruamentos, estando também previstas algumas melhorias no Pavilhão Desportivo.
Já em Antes, o Largo Padre Navega, junto ao Lar de Idosos, será objecto de uma requalificação profunda, criando-se ali uma nova centralidade e os estacionamentos necessários à fluidez de pessoas e trânsito.
“Tudo isto a juntar às obras que já temos a decorrer no Luso e a diversas outras obras, talvez de montantes não tão significativos, como a Esplanada da Alameda, mostra realmente o trabalho que temos vindo a fazer e as diversas frentes em que actuamos, algumas das quais inesperadas, como foi o caso desta pandemia que nos fará investir, com distribuição de máscaras à população, compra de milhares de testes e apoios às instituições, mais de 400 000 euros”, sublinha Rui Marqueiro.
“Temos uma boa situação financeira que gerimos com parcimónia no que entendemos serem os interesses da população e acredito que, com tudo o que está em curso, conseguiremos projectar uma boa qualidade de vida futura para a Mealhada”, afiança o autarca, referindo também a Mata Nacional do Bussaco – e os investimentos feitos e planeados – como pilar do desenvolvimento concelhio.