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Agricultores do Mondego exigem conclusão da obra hidroagrícola em cinco anos

28 de Julho 2020

A Associação Distrital dos Agricultores de Coimbra (Adaco) exigiu, hoje, a conclusão no prazo de cinco anos da obra hidroagrícola do Baixo Mondego, que envolve uma área de 4 000 hectares e cerca de 2 000 agricultores.

A Adaco argumenta que “as instâncias do Governo fazem promessas que não cumprem e ao fim de 30 anos o emparcelamento agrícola no Baixo Mondego continua a marcar passo”.

A associação liderada por Isménio Oliveira considera que os investimentos de cerca de 12 milhões de euros – o projecto ‘Mondego Mais Seguro’ – anunciados pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), para obras de intervenção e regularização no Baixo Mondego na sequência das cheias de 2019, “são paliativos que não resolvem os problemas de fundo”.

“Estes apoios são manifestamente insuficientes para as necessidades dos agricultores e da região. Para além desta intervenção, é urgentíssimo avançar com o emparcelamento agrícola onde ainda não foi realizado, e que envolve uma área de mais de 4. 000 hectares e cerca de 2 000 agricultores”, assinala Isménio Oliveira.

A área onde o emparcelamento e a obra hidroagrícola continuam por fazer situa-se nos vales dos afluentes da margem esquerda do Mondego – rios Arunca, Ega e Pranto – mas também na margem direita, numa zona de 173 hectares, nos campos de São Facundo e Vale de Ançã, entre Montemor-o-Velho e Coimbra.

“Desde há mais de 30 anos que os agricultores desta região travam uma justíssima luta pela conclusão da obra hidroagrícola com vista à implementação do emparcelamento agrícola. Esta área de 173 hectares, designada de bloco 17-A, como obra a emparcelar pelo ministério da Agricultura, tem tido adiamentos consecutivos por parte dos sucessivos Governos, o que muito tem prejudicado os agricultores e a agricultura desta zona”, lamenta a Adaco.

“É o único bloco de emparcelamento agrícola entre Coimbra e Montemor-o-Velho que ficou para trás. E, pelo que vemos, até 2023 não há nada programado, e, possivelmente, nem nos anos seguintes”, adianta.

A associação agrícola diz ainda já ter solicitado “por duas vezes em 2020” um pedido de audiência à delegação regional da APA “para esclarecimento do assunto”, sem que tenha obtido até ao momento “qualquer resposta” à solicitação de reunião.