No dia 21 de Julho acordei com o agressivo e prolongado som de motosserras.
A dúvida colocada pela visualização, uns dias antes, de uns sinais circulares vermelhos na base do tronco das árvores, no passeio que vai do Hotel Melia à Praceta Mota Pinto, frente aos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), dissipou-se.
Eram eles, os amazónicos!…
A razão da irracionalidade, da insensibilidade, mesmo brutalidade, veio embrulhada em notícia de jornal de Coimbra, colocada acima de anúncios de agências funerárias.
Afinal, não era abate cego ( a estupidez, no caso, sempre daria lugar à esperança); era-o para melhoria de mobilidade em direcção aos HUC (um hipócrita eufemismo, castrador de qualquer esperança).
Nunca ninguém-peão-transeunte se deixou de cruzar nesse passeio maldito por causa das árvores de porte médio,verdes e sadias, aí plantadas.
Percorro-o há anos!
Eram belas esculturas verdes; e o passeio, onde implantadas, era mais procurado do que o outro desimpedido, no outro lado da Alameda, em época de canícula, precisamente pela sombra que propiciavam.
Hipócrita, porque se a séria e verdadeira razão fosse a melhoria de mobilidade, então, mal se compreende a razão pela qual as transversais ao Bairro Social de Celas,do IPO aos HUC, continuam pejadas de carros em cima dos passeios, diariamente, assim obrigando, até, cidadãos de mobilidade reduzida ou em cadeira de rodas, a deslocarem-se pela estrada, por ocupação consentida, apesar de repetidamente denunciada, dos passeios.
Abate, ainda, à sorrelfa – sem aviso prévio que permitisse, sequer, qualquer tentação de providência cautelar cidadã -, na presença de Polícia Municipal, em estado de arbitrariedade irresponsável com perfume a abuso de poder.
Uma vergonha que só a indiferença não sancionará.
“Ódio à indiferença “, pois então!
Os outros, nem isso merecem! ( como se alguém merecesse…).