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BE quer conhecer estudos sobre os Covões perante contradição de ministros da Saúde

22 de Julho 2020 Jornal Campeão: BE quer conhecer estudos sobre os Covões perante contradição de ministros da Saúde

O Bloco de Esquerda (BE) fez um requerimento para que sejam entregues todos os estudos técnicos que fundamentam a transferência de serviços e valências do Hospital dos Covões para os HUC, assim como o Plano Estratégico de Desenvolvimento do CHUC.

Segundo o deputado José Manuel Pureza, eleito por Coimbra, na audição de ontem, na Assembleia da República, no quadro da preparação do relatório sobre a petição acerca do Hospital dos Covões, o ex-ministro da Saúde Adalberto Campos Fernandes contradisse as anteriores declarações peremptórias da actual ministra da Saúde acerca da existência de estudos técnicos que dêem suporte à transferência de serviços e valências clínicas do Hospital Geral dos Covões para os HUC.

“Na verdade, enquanto Marta Temido declarou com clareza que não existem tais estudos, o Professor Campos Fernandes declarou que tais estudos existem e que os Conselhos de Administração do CHUC certamente os têm usado para decidir das operações concretas de fusão entre os dois hospitais. Mais, Adalberto Campos Fernandes afirmou que existe um plano estratégico de desenvolvimento do CHUC, contrariando flagrantemente o que a este respeito foi dito pela ministra da Saúde”, refere José Manuel Pureza.

Face “à evidente contradição de afirmações”, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda entregou um requerimento para que lhe sejam enviados todos os estudos técnicos que fundamentam a transferência de serviços e valências do Hospital dos Covões para os HUC e, bem assim, o Plano Estratégico de Desenvolvimento do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

No texto do requerimento, os deputados Moisés Ferreira e José Manuel Pureza, do BE, referem que “desde a criação, em 2011, do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), que o Hospital Geral dos Covões, que há 47 anos serve a população de Coimbra, tem sido delapidado através da perda de serviços, equipamentos, recursos humanos e valências”. Acrescentam que “estes recursos têm sido sistematicamente transferidos para o Hospital Universitário, sempre na lógica da concentração de serviços no Hospital Central”.