O deputado social-democrata Maló de Abreu defendeu, hoje, uma “decisão urgente” do Governo que faça avançar a construção da nova Maternidade de Coimbra e considerou que a localização deve ter uma base técnica.
“A decisão é política, mas é sobretudo uma decisão técnica”, disse António Maló de Abreu à agência Lusa, no final de uma visita de deputados eleitos pelo distrito de Coimbra às duas maternidades da cidade, Daniel de Matos e Bissaya Barreto, que fazem parte do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).
O parlamentar do PSD foi indicado pela Comissão de Saúde da Assembleia da República (AR) como relator de uma petição com 4 493 assinaturas intitulada “Devolver a autonomia ao Hospital dos Covões do Centro Hospitalar de Coimbra – Pelo direito ao acesso a cuidados de saúde de qualidade”, cujo primeiro signatário é o médico Carlos Costa Almeida.
“Este é um assunto urgente”, preconizou, recordando que “todos os ministros da Saúde têm prometido” a construção da maternidade regional, um problema que continua há vários anos por resolver, “com profissionais, serviços e equipamentos divididos” por diferentes edifícios.
A futura maternidade “não pode ser baptizada como ‘Maternidade de São Nunca à Tarde’”, ironizou, para lamentar que, nas últimas décadas, tenha sido esse o destino de diversas obras públicas adiadas e dando o exemplo do Metro Mondego, cujo processo se arrasta há pelo menos 26 anos, desde 1994, quando o decreto fundador do projecto foi publicado pelo último Governo de Cavaco Silva.
“A actual situação é dramática. Há vantagens enormes com as duas maternidades juntas num único edifício”, sublinhou Maló de Abreu, preferindo não tomar posição sobre a localização da futura unidade de saúde.
Para o relator da petição que defende a revalorização do Hospital dos Covões, o problema da construção da Maternidade de Coimbra “já devia estar resolvido”, para assegurar melhores cuidados de saúde às mulheres e crianças.
O deputado disse que a actual dispersão das unidades desta área, na cidade, “não se justifica nos dias de hoje”, pois obriga à deslocação de grávidas e outras pacientes de ambulância entre os serviços tutelados pelo CHUC, cuja Administração é presidida desde Junho por Carlos Santos, que sucedeu a Fernando Regateiro.
Para Maló de Abreu, médico dentista, “os profissionais sabem melhor do que ninguém” onde deverá ser construída de raiz a Maternidade de Coimbra.
Profissionais de saúde, autarcas, deputados, partidos, sindicatos e outras organizações têm-se mobilizado contra o esvaziamento do Hospital dos Covões.
Na visita de hoje às maternidades participaram ainda os deputados por Coimbra José Manuel Pureza (BE), Mónica Quintela (PSD) e João Gouveia (PS), tendo como anfitriões a equipa liderada pelo administrador hospitalar Carlos Santos e as Direcções das duas unidades.
Amanhã (terça-feira), às 11h00, na Assembleia da República, prosseguem as audições parlamentares no âmbito da petição, desta vez com a presença do ex-ministro da Saúde Adalberto Campos Fernandes.
Na próxima semana, na segunda-feira, Maló de Abreu e outros parlamentares deslocam-se novamente a Coimbra para visitar o Hospital Psiquiátrico Sobral Cid e o serviço de Psiquiatria do CHUC.
No dia seguinte, a partir das 10h00, no Parlamento, em Lisboa, a Comissão de Saúde vai ouvir os dois anteriores presidentes do CHUC, José Martins Nunes e Fernando Regateiro.