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Tribunal de Coimbra condena homem por burlas no OLX

14 de Julho 2020

O Tribunal de Coimbra condenou, hoje, um homem a cinco anos de pena suspensa por burlar várias pessoas no OLX, bem como a uma perda ampliada de bens de 175 mil euros.

O arguido, de 51 anos, era acusado de 10 crimes de burla qualificada consumada e dois na forma tentada, e um crime de branqueamento de capitais, por criar anúncios falsos de venda de telemóveis iPhone em vários websites, a maioria no OLX.

Apesar de o arguido ter feito uma confissão integral e sem reservas dos factos, tem antecedentes criminais de burla, notou João Ferreira, o presidente do colectivo de juízes, considerando que mais do que os valores (o máximo é de 250 euros numa venda), está em causa a forma reiterada como foi praticada.

“Estamos perante uma ideia de modo de vida”, afirmou, salientando que o estilo de viver do arguido era “suportado por este tipo de crimes”.

Apesar disso, face à confissão integral dos factos presentes na acusação e por ter pagado a maioria dos valores que estavam em causa (um total de 1 445 euros nas burlas consumadas que foram a julgamento), o Tribunal decidiu aplicar uma atenuação especial da pena, que levou a um cúmulo jurídico de cinco anos de prisão, suspensa na sua execução, sustentou o juiz João Ferreira.

O arguido vai estar sujeito a um regime de prova, garantindo que paga todo o valor em causa nas burlas efectuadas, acrescentou.

Para além dos 1 445 euros, o Tribunal aceitou o pedido do Ministério Público de declarar cerca de 175 mil euros perdidos a favor do Estado.

Segundo o Tribunal, essa quantia não era compatível com os rendimentos lícitos e fiscalmente comprovados do arguido, aposentado por invalidez desde os 35 anos.

“O Tribunal decidiu dar-lhe esta última oportunidade. É bom afastar-se destes negócios porque só lhe vão trazer problemas”, afirmou o juiz João Ferreira, dirigindo-se ao arguido, que abanava a cabeça em reprovação e levantava os braços em desacordo.

Já depois de terminar, o juiz avisou o arguido de que não havia “conversa” na leitura do acórdão, mas o homem ainda protestou da sentença na sala de audiências: “Não está bem”, disse.