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Exposição que aborda crise climática inaugurada hoje em Coimbra

11 de Julho 2020

A quarta edição do projecto “Dar a Ouvir” arranca hoje, em Coimbra, e debruça-se sobre a problemática das alterações climáticas e os seus efeitos na transformação das paisagens sonoras em comunidades humanas e não humanas.

A iniciativa, que todos os anos apresenta instalações e performances em torno de paisagens sonoras, arranca no sábado e estende-se até dia 06 de Setembro, com actividades a concentrarem-se no Convento de São Francisco, que, a par do ‘Jazz ao Centro Clube’ (JACC), organiza este programa cultural.

“’Dar a Ouvir’ apela a uma exploração criativa das paisagens sonoras pelas artes. O principal sentido do projecto consiste em abrir novos espaços de reflexão sobre os modos de conhecer e pensar o mundo através da escuta. Na edição de 2020, abordamos os efeitos que a acelerada transformação das paisagens sonoras tem produzido em comunidades humanas e não-humanas”, refere a organização.

Instalações, visitas guiadas, performances e “passeios sonoros” são algumas das propostas apresentadas para esta edição.

Para o programa, a equipa socorreu-se do conceito “solastalgia”, do filosofo ambiental Glenn Albrecht, que remete para a “sensação de perda, a ansiedade de perda de diversidade” face às alterações dos seus ambientes, que podem ser sonoros, naturais, culturais ou sociais, contou José Miguel Pereira, director do JACC, à agência Lusa.

No “Dar a Ouvir”, estará presente a instalação “DeGelo – Diamante Bruto”, de João Bento, em que o artista “trata um elemento fundamental para a vida humana que é a água”, ao mesmo tempo que chama a atenção “para as suas transformações”, salientou o responsável.

Outro trabalho apresentado será o “97200 Anos”, Luís Antero, Luís Pedro Madeira e Quiné Teles, que trabalharam os impactos que os incêndios de 2017 tiveram em algumas comunidades do distrito de Coimbra.

No Convento de São Francisco será, ainda, possível ver instalações de Mariana Seiça, Pedro Martins e Tiago Martins, membros do Departamento de Engenharia Informática, que continuam a trabalhar os sons da cidade, bem como da ‘Sonoscopia’, que ocupa duas salas com a sua instalação.

Instalações de Rafael Toral, Cláudia Martinho, Teatro do Frio e Jonathan Saldanha são outras das propostas do programa.

Para além de várias actividades marcadas até 06 de Setembro, é possível visitar as instalações sonoras no Convento de São Francisco de quarta-feira a segunda-feira, entre as 15h00 e as 20h00.