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Penela convida realizadores a fazerem vídeos sobre comércio local

10 de Julho 2020 Jornal Campeão: Penela convida realizadores a fazerem vídeos sobre comércio local

A Companhia da Chanca, em Penela, convidou quatro realizadores para fazerem vídeos em torno das histórias e rostos do comércio tradicional do concelho.

Ao longo do mês de Agosto, os realizadores António Ferreira, Tiago Hespanha, Cláudia Alves e Miguel Munhá vão fazer três vídeos cada um, pequenos, curtos de base documental ou de narrativa teatral.

A iniciativa pretende dar a conhecer os rostos, as histórias e os locais associados ao pequeno comércio ou negócio do Município, numa acção intitulada “As Gentes e os Gestos”, anunciou a companhia.

“A ideia é que vá para lá do vídeo passar-se naquele sítio em específico. O negócio não será meramente um cenário. O que nos interessa é o material humano associado ao comércio e à história de vida das pessoas. Quem são as pessoas que estão lá, quem frequenta, que gestos são estes que se passam naqueles cenários?”, explicou à agência Lusa Catarina Santana, que forma a companhia juntamente com André Louro.

Segundo Catarina Santana, apesar de o vídeo a ser realizado não se apresentar como um objecto publicitário, esta é também uma forma de dar a conhecer os locais do concelho, numa iniciativa que pretende ter exemplos de negócios e ofícios espalhados por todo o território de Penela.

Face à pandemia, só poderão estar presentes os realizadores e as suas câmaras, sem recurso a qualquer assistente.

De acordo com André Louro, os realizadores escolhidos “têm visões e percursos muito diferentes”, considerando que poderá dar origem a “uma interessante manta de retalhos”, sendo que foi dada ‘carta branca’ aos artistas, para criar.

Além dos 12 vídeos criados pelos quatro realizadores, serão ainda concebidos três vídeos feitos pela Companhia da Chanca, que deverão ser “objectos mais literários ou mais poéticos”, contou a dirigente.

O projecto, apoiado pelo Programa de Revitalização do Pinhal Interior, surge depois de a companhia ter-se visto forçada a abandonar a ideia inicial de um espectáculo, face à pandemia da covid-19.

Para André Louro, estes pequenos vídeos serão uma forma de “as pessoas falarem umas com as outras – de se verem”.

Segundo Catarina Santana, ao longo destes sete anos vividos na aldeia da Chanca, o casal depara-se com algo reincidente: “Ouvimos as pessoas a dizer: ‘Mas eu não sei nada. Eu não tenho nada para mostrar. Aqui não há nada'”.

“É constantemente este discurso. O facto de agora participarem na criação, podem olhar-se a partir de fora e reconhecer que há muita coisa e que há valores terrenos, humanos e palpáveis”, vincou.

Para André Louro, este projecto é também “um trabalho de amor-próprio da comunidade”.

Neste momento, a iniciativa está em fase de candidaturas até 15 de Julho. Os negócios locais interessados em aparecerem nos vídeos podem inscrever-se através do e-mail producao@companhiadachanca.pt ou do número 962448383.

Os vídeos deverão ser divulgados na Internet, numa plataforma criada para o efeito, entre o final de Agosto e o início de Setembro.