Coimbra  16 de Outubro de 2024 | Director: Lino Vinhal

Semanário no Papel - Diário Online

 

Líder do CDS-PP considera importante abertura do Hospital Compaixão

9 de Julho 2020 Jornal Campeão: Líder do CDS-PP considera importante abertura do Hospital Compaixão

Francisco Rodrigues dos Santos, líder do CDS-PP, defendeu hoje, em Miranda do Corvo, o alargamento da contratualização de acordos de parceria na saúde com unidades do sector social e particular.

O líder do CDS-PP falava no final de uma visita ao Hospital Compaixão, propriedade da Fundação Assistência para o Desenvolvimento e Formação Profissional (ADFP), que se encontra concluído e equipado há mais de um ano, mas que ainda não entrou em funcionamento por falta de acordos de cooperação com o Ministério da Saúde.

Francisco dos Santos considera que “é muito importante, nomeadamente para o Pinhal Interior, poder servir-se desta unidade de saúde, que permitiria descongestionar os hospitais da cidade de Coimbra e, ao mesmo tempo, prestar cuidados a pessoas que ainda não têm acesso à saúde”.

“Não entendemos que a ideologia deva estar à frente das pessoas, o que nos interessa é prestar uma boa rede de cuidados de saúde que satisfaça as necessidades das populações, nomeadamente as que vivem no interior do país”, sublinhou.

De acordo com o líder centrista, o Hospital Compaixão “podia empregar mais 100 pessoas e estender os apoios do Estado, através de uma rede de complementaridade e de parceria, para servir o interesse público”.

Fazendo um retrato negativo do panorama da saúde em Portugal, Francisco Rodrigues dos Santos recordou que, no mês de Maio, 50 por cento dos tratamentos foram adiados, nomeadamente consultas, cirurgias e exames. Comparativamente ao ano passado, houve menos 902 mil consultas e menos 85 mil cirurgias.

“São números altamente preocupantes, porque observamos que o nosso SNS esteve concentrado no tratamento à covid-19 e a mortalidade por outros factores, em Portugal, tem aumentado. É, por isso, que o CDS-PP defende o alargamento da contratualização com os sectores social e particular, através de acordos de parceria, desde que isso prossiga sempre o interesse público”, frisou.

Já Jaime Ramos, presidente da Fundação ADFP, disse que a instituição não consegue reunir com a presidente da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) e a ministra da Saúde.

“Existe um muro de silêncio ao redor desta situação, que acho perfeitamente escandaloso. No mínimo, da parte da administração central, devia haver um diálogo com quem tenta resolver os problemas no terreno”, critica o dirigente.

Para Jaime Ramos, “esta situação é perfeitamente absurda, demonstra um sectarismo inaceitável e uma irracionalidade na gestão dos dinheiros públicos, porque este hospital se estivesse a colaborar com o SNS pouparia muito dinheiro [ao Estado] e não daria lucro e exportações para grandes oligopólios que estão a exportar dinheiro para o estrangeiro”.

“A defesa do interesse nacional e uma visão patriótica exigiria do Ministério da Saúde um tratamento e uma cooperação com estas entidades sem fins lucrativos, que a terem lucros reinvestem neste interior do país, que tem sido desprezado”, salientou.

Concluído desde Abril de 2019 e totalmente equipado com tecnologia de última geração, a unidade de saúde da instituição encontra-se licenciada e pronta a entrar em funcionamento, faltando os acordos com o SNS.

O Hospital Compaixão de Miranda do Corvo dispõe de quatro valências da Imagiologia Clínica (TAC, Radiologia, Mamografia e Ecografia), análises clínicas, dois blocos operatórios, área de urgência, sector de consultas de ambulatório com especialidades médicas e de internamento e com 54 camas.