Rui Marqueiro, presidente da Câmara da Mealhada, pediu, hoje (08), ao Governo que aceite discutir um novo modelo de financiamento para a Fundação Mata do Bussaco, admitindo não indicar um sucessor do actual presidente, que cessa funções em Agosto.
O presidente não esconde a preocupação com o futuro da Fundação que gere os 105 hectares de Mata Nacional, até porque as receitas de bilheteira que ajudam a compor o orçamento da Instituição caíram para um quinto, devido às restrições impostas pela pandemia.
O trabalho de António Gravato, actual presidente da Fundação, foi elogiado por Rui Marqueiro, tendo sido durante o seu mandato que o Bussaco se tornou monumento nacional, passo considerado vital para a candidatura, em curso, a Património Mundial da Humanidade.
O presidente do Município da Mealhada assume, ainda assim, que a situação financeira é complicada devido ao encerramento forçado, adiantando que em cada semestre são pagos 250 000 euros em salários aos 40 colaboradores da Fundação. De resto é a Câmara a suportar financeiramente a Instituição, modelo que o edil quer ver repensado.
O objectivo é encontrar um modelo que permita partilhar custos com a administração central, sobretudo tendo em conta o valor histórico e natural da Mata. Actualmente, a Fundação tem como fonte de financiamento as receitas das bilheteiras, as comparticipações comunitárias em projectos, apoio de mecenas e as transferências da autarquia da Mealhada, que integra o conselho de gestão.
“Recorde-se que, de acordo com os estatutos da fundação, constituem receitas da FMB (…) a contribuição financeira anual concedida pela Câmara Municipal da Mealhada”, justifica a autarquia, que recentemente fez mais uma transferência de 30 mil euros para a entidade que gere o conjunto florestal e de edifícios candidato a Património da Mundial da UNESCO.
Com 105 hectares, a Mata Nacional do Buçaco foi plantada pela Ordem dos Carmelitas Descalços no século XVII, encontrando-se delimitada pelos muros erguidos pela Ordem para limitar o acesso.
Para além da Mata centenária, o conjunto patrimonial do Bussaco apresenta um núcleo central formado pelo Palace Hotel do Bussaco (instalado desde 1917 num pavilhão de caça dos últimos reis de Portugal) e pelo Convento de Santa Cruz, a que se juntam as ermidas de habitação, as capelas de devoção e os Passos que compõem a Via-Sacra, a Cerca com as Portas, o Museu Militar e o monumento comemorativo da Batalha do Buçaco.
Os cruzeiros, as fontes (com destaque para a Fonte Fria com a sua monumental escadaria) e as cisternas, os miradouros e as casas florestais, compõem o vasto conjunto do património.