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Mealhada quer novo modelo de financiamento da Fundação do Bussaco

8 de Julho 2020 Jornal Campeão: Mealhada quer novo modelo de financiamento da Fundação do Bussaco

Rui Marqueiro, presidente da Câmara da Mealhada, pediu, hoje (08), ao Governo que aceite discutir um novo modelo de financiamento para a Fundação Mata do Bussaco, admitindo não indicar um sucessor do actual presidente, que cessa funções em Agosto.

O presidente não esconde a preocupação com o futuro da Fundação que gere os 105 hectares de Mata Nacional, até porque as receitas de bilheteira que ajudam a compor o orçamento da Instituição caíram para um quinto, devido às restrições impostas pela pandemia.

O trabalho de António Gravato, actual presidente da Fundação, foi elogiado por Rui Marqueiro, tendo sido durante o seu mandato que o Bussaco se tornou monumento nacional, passo considerado vital para a candidatura, em curso, a Património Mundial da Humanidade.

O presidente do Município da Mealhada assume, ainda assim, que a situação financeira é complicada devido ao encerramento forçado, adiantando que em cada semestre são pagos 250 000 euros em salários aos 40 colaboradores da Fundação. De resto é a Câmara a suportar financeiramente a Instituição, modelo que o edil quer ver repensado.

O objectivo é encontrar um modelo que permita partilhar custos com a administração central, sobretudo tendo em conta o valor histórico e natural da Mata. Actualmente, a Fundação tem como fonte de financiamento as receitas das bilheteiras, as comparticipações comunitárias em projectos, apoio de mecenas e as transferências da autarquia da Mealhada, que integra o conselho de gestão.

“Recorde-se que, de acordo com os estatutos da fundação, constituem receitas da FMB (…) a contribuição financeira anual concedida pela Câmara Municipal da Mealhada”, justifica a autarquia, que recentemente fez mais uma transferência de 30 mil euros para a entidade que gere o conjunto florestal e de edifícios candidato a Património da Mundial da UNESCO.

Com 105 hectares, a Mata Nacional do Buçaco foi plantada pela Ordem dos Carmelitas Descalços no século XVII, encontrando-se delimitada pelos muros erguidos pela Ordem para limitar o acesso.

Para além da Mata centenária, o conjunto patrimonial do Bussaco apresenta um núcleo central formado pelo Palace Hotel do Bussaco (instalado desde 1917 num pavilhão de caça dos últimos reis de Portugal) e pelo Convento de Santa Cruz, a que se juntam as ermidas de habitação, as capelas de devoção e os Passos que compõem a Via-Sacra, a Cerca com as Portas, o Museu Militar e o monumento comemorativo da Batalha do Buçaco.

Os cruzeiros, as fontes (com destaque para a Fonte Fria com a sua monumental escadaria) e as cisternas, os miradouros e as casas florestais, compõem o vasto conjunto do património.