Coimbra  16 de Outubro de 2024 | Director: Lino Vinhal

Semanário no Papel - Diário Online

 

Portugal coberto com rede de alerta de radioactividade até ao fim do ano

5 de Julho 2020 Jornal Campeão: Portugal coberto com rede de alerta de radioactividade até ao fim do ano

Portugal vai ter até ao fim do ano a rede nacional de alerta de radioactividade no ambiente, “RADNET”, modernizada e aumentada, cobrindo todo o território.

A “RADNET”, a partir do final de 2020, “será constituída por 24 estações fixas que permitirão garantir a monitorização de radioactividade no ar e na água, neste caso, nos três principais rios nacionais, cobrindo o Norte, Centro e Sul do país”, segundo fonte oficial.

A rede é gerida pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e é constituída por estações que medem em contínuo a radiação gama (radiação electromagnética, a mais perigosa para o ser humano, geralmente associada à energia nuclear) no ar, podendo a informação ser consultada através da página na Internet https://radnet.apambiente.pt/ .

Além das estações fixas a “RADNET” inclui duas estações portáteis e uma estação numa viatura, que podem ser colocadas em qualquer local, em caso de emergência, ou substituir alguma das estações fixas inoperacionais.

De acordo com a fonte, a melhoria e ampliação da “RADNET” começou em 2013, com a substituição de estações antigas por modelos de última geração e da instalação de novas estações. Tem um investimento global de cerca de 2,5 milhões de euros com origem em verbas POSEUR, INTERREG (fundos europeus) e do orçamento próprio da APA.

Neste momento a “RADNET” tem 19 estações, mais cinco do que em 2013, 17 para monitorizar a radioactividade ambiental no ar e duas para vigiar a radioactividade nos rios Tejo e Douro, uma na barragem de Fratel (Tejo) e outra na barragem de Pocinho (Douro).

As estações para monitorizar a radioactividade ambiente no ar ficam em locais que vão de Bragança, Porto, Coimbra, Castelo Branco, Évora, Sines e Faro, além de Ponta Delgada e Funchal.

De acordo com o mapa das estações fornecido à agência Lusa, quando todas estiveram concluídas e operacionais há pelo menos cinco estações na região Interior de Portugal nas zonas de Castelo Branco e Portalegre.

Do lado de Espanha, a pouco mais de 100 quilómetros da fronteira com Portugal, fica a central nuclear de Almaraz, cujo encerramento tem sido pedido insistentemente por diversas organizações e entidades (nomeadamente ambientalistas), quer nacionais quer espanholas. A central teve, ainda há dias, incidentes no espaço de cinco dias.

Ainda de acordo com a informação prestada à Lusa a propósito da “RADNET” foram substituídos equipamentos em nove das 14 estações mais antigas e até ao fim do ano serão substituídos os equipamentos nas estações de Porto, Penhas Douradas, Portalegre, Elvas e Beja. Será, também, instalada uma nova estação no distrito de Viana do Castelo, previsivelmente em Monção, e outra para monitorizar a radioactividade na água no rio Guadiana.

Além disso, “a rede será ainda dotada de três estações automáticas para a monitorização de aerossóis radioactivos e iodo radioactivo a instalar em Vila Real, em Abrantes e em Évora”, segundo a mesma informação oficial.

“Com esta melhoria significativa da ‘RADNET’, Portugal fica dotado de uma rede moderna, com uma cobertura territorial adequada e com capacidades aumentadas para a detecção e identificação dos radioisótopos que estão na origem de qualquer alarme”, sublinha-se na informação à Lusa.