A imagem da Rainha Santa Isabel não percorrerá, este ano, a cidade que é sua, mas a devoção pela padroeira de Coimbra não se vai retrair perante a pandemia. Durante o que seria o habitual período das festas dedicadas a Santa Isabel, a Confraria manteve algumas das tradicionais cerimónias, em particular as Eucaristias, permitindo aos devotos manter a ligação que, diariamente e, particularmente, a cada dois anos se estreita com a “visita” da Imagem à cidade de Coimbra.
As habituais procissões (de quinta-feira à noite e de domingo) e a tradicional Gala das Rosas (que se realizaria amanhã) foram canceladas devido à covid-19. Contudo, as ‘Festas em louvor de Santa Isabel de Portugal’, organizadas pela Confraria da Rainha Santa Isabel, e a decorrer na Igreja da Rainha Santa, no Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, vão contar com as celebrações religiosas habituais.
Nos dias 01 e 02, pelas 21h30, celebra-se a missa com pregação pelo padre Francisco Prior Claro e o canto assegurado pelo Coro da Igreja da Rainha Santa Isabel. No dia seguinte, 03 de Julho (sexta-feira), a oração de Vésperas, também às 21h30, contará com pregação do padre Prior Claro mas cânticos pelo Coro de Santo Agostinho da Paróquia de Santa Cruz.
Já no Dia da Cidade, a 04 de Julho (sábado), o programa é mais extenso, com uma Eucaristia pelas 09h00, celebrada pelo padre António Sousa e o canto pelo Coro da Igreja da Rainha Santa; segue-se a Missa de Solenidade de Santa Isabel, às 11h00, presidida pelo Bispo de Coimbra, Virgílio Antunes. Ainda nesse dia, às 17h00, celebra-se nova Missa com o padre Prior Claro e, uma vez mais, com o Coro de Santo Agostinho. Às 18h30, realizam-se as II Vésperas, estando os cânticos a cargo do mesmo grupo coral.
Devido à pandemia de covid-19 e, “exclusivamente por motivos prudenciais, a Real Ordem de Santa Isabel, que todos os anos vem a Coimbra manifestar a sua devoção à Rainha Santa Isabel, nomeadamente assegurando a celebração da missa da tarde do dia da Solenidade, cancelou a visita a Coimbra nestas Festas de 2020, ainda que reiterando a sua vontade de retomar essa tradição celebrativa já no próximo ano de 2021 (e onde se incluem os Duques de Bragança)”, explicou a Confraria da Rainha Santa.
Segundo a entidade organizadora, “na medida do possível procurar-se-á manter no corrente ano, em que se iniciaram as comemorações do 750.º aniversário natalício de Santa Isabel, o ambiente festivo das celebrações em louvor da Rainha Santa Isabel, para o que se solicitará aos comerciantes da cidade que decorem as suas montras com motivos alusivos à Padroeira da cidade”.
Assim, e com autorização do Bispo de Coimbra, a Mesa Administrativa da Confraria propõe realizar as procissões agendadas para o corrente ano, calendarizando-as excepcionalmente para 2021 (ano ímpar), em que a Confraria continuará a celebrar os 750 anos do nascimento de Santa Isabel de Portugal”.
“Não há certeza se Isabel de Aragão nasceu em 1270 ou 1271. Há historiadores a referirem ambos os anos e a Confraria tencionava aproveitar esta circunstância para celebrar o seu nascimento nestes dois anos, em 2020 com as grandiosas procissões e as celebrações habituais e em 2021 era nossa intenção pedir autorização ao sr. Bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes, para que autorizasse a exposição da mão”, revela Joaquim Costa e Nora, presidente da Confraria da Rainha Santa, sublinhando que essa intenção se mantém.
“Procurando dar cumprimento ao pedido do Senhor Bispo de Coimbra para que todo o povo de Deus se possa reunir para a celebração da fé e, no caso, para manifestar a devoção a Santa Isabel de Portugal, padroeira da cidade de Coimbra, mas continuando a respeitar as instruções da Conferência Episcopal Portuguesa”, a Confraria decidiu impor algumas restrições à entrada de fiéis nas celebrações litúrgicas. Até porque, adianta, “os espaços disponíveis (Igreja da Rainha Santa Isabel, claustros e adro da Igreja) são limitados e, porventura, insuficientes para o número de devotos da Rainha Santa Isabel que gostariam de participar nas cerimónias, nomeadamente na Missa Solene das 11h00h de 04 de Julho”.
Assim, o que a Confraria apela é que “todos os fiéis que tenham a intenção de participar em alguma ou algumas das celebrações do programa, devem previamente inscrever-se para essa cerimónia”. Para além disso, “havendo lugares reservados, em número limitado, para os confrades e confreiras, irmãos e irmãs da Confraria da Rainha Santa Isabel, para beneficiar do acesso aos referidos lugares reservados estes membros que estejam em situação regular com a Irmandade e queiram participar em alguma ou algumas das celebrações do programa, de forma idêntica, têm de se inscrever para a cerimónia pretendida”. A Igreja, que numa ocasião normal acolheria 200 a 300 pessoas, vai ficar restrita a apenas 100.
As inscrições para quem quiser fazer parte destes lugares exclusivos devem ser realizadas até à próxima terça-feira (30), junto do Secretário da Mesa Administrativa da Confraria da Rainha Santa Isabel, João França (secretario@rainhasantaisabel.org) ou no Recordatório da Confraria da Rainha Santa Isabel (recordatoriocrsi@gmail.com; telefone 239 441 674, telemóvel 918 048 310), devendo constar o nome, morada e contacto.
No entanto, para permitir que mais pessoas possam assistir à cerimónia, vão ser colocados ecrãs em alguns locais, como no Coro Baixo e Claustros, onde serão disponibilizados bancos. Haverá, também, um ecrã no adro, podendo os fiéis levar bancos ou assistir à celebração da Eucaristia em pé. A questão da segurança, com a criação de “corredores de emergência”, está a ser acautelada em articulação com o INEM e com a Protecção Civil.
Em todas as celebrações, recorda-se, é obrigatório o uso de máscara e de higienização das mãos.