Enfermeiros de cinco países, Portugal, Brasil, Espanha, Chile e Colômbia, participaram no 2.º Congresso Internacional de Enfermagem do Trabalho, organizado pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC).
Os participantes alertaram, em manifesto, “para a necessidade de que toda a comunidade reconheça o valor da Enfermagem” e para “que as instituições empregadoras” lhes “ofereçam adequadas condições de trabalho: equipamentos de protecção individual apropriados, ambientes de trabalho saudáveis e seguros e justa remuneração”.
Numa breve exposição escrita, os enfermeiros realçam o valor da Enfermagem enquanto “força de trabalho maioritária em todos os sistemas de saúde” do mundo, “essencial para a promoção e recuperação da saúde de todas as pessoas”, é posto em evidência no “momento de grande exigência como o que agora o mundo atravessa”.
“Neste momento, o enfrentamento da pandemia da covid-19 que assola o mundo fez emergir a tensão existente entre a necessidade do cuidado de Enfermagem e o (des)valor social atribuído aos profissionais de Enfermagem. Mesmo sem os recursos materiais e com sobrecarga de trabalho e baixos salários, os enfermeiros, enquanto salvam vidas, são vítimas da infecção somando já milhares de profissionais doentes e mortos em todo o mundo”, lê-se no manifesto.
Neste apelo escrito, os enfermeiros «manifestam, ainda, que os órgãos governamentais os incluam como participantes, com voz e voto, nos órgãos decisórios de formulação de agendas e políticas relacionadas com a saúde dos trabalhadores».
Subordinado ao tema “Enfermagem do trabalho: prevenção de lesões musculoesqueléticas”, o congresso suscitou a adesão de mais de 200 profissionais daqueles cinco países e a apresentação de cerca de uma centena de comunicações.