A Associação de Desenvolvimento Terras de Sicó apresenta, hoje (26), uma proposta de classificação de paisagem protegida para aquele maciço, que passa pela criação da rede de aldeias de calcário.
Luís Matias, presidente da entidade que reúne os municípios de Condeixa-a-Nova, Penela, Ansião, Pombal, Alvaiázere e Soure, disse que a preservação da paisagem se insere numa “estratégia de desenvolvimento local”.
“A paisagem por si é certamente a questão da valorização do património ambiental paisagístico e da preservação da biodiversidade, que é um elemento diferenciador do território”, sublinhou Luís Matias, que preside, também, ao município de Penela, em declarações à agência Lusa.
A serra de Sicó tem presente “um conjunto de fragilidades e de características que mereciam ter esta classificação para que os municípios, de uma forma integrada, a possam preservar, conservar e valorizar, de forma sustentável”.
“Alguma parte [do maciço] já fazia parte da Rede Natura, outra não, mas agora o que ficamos é com uma ferramenta que nos permite gerir de forma integrada e coordenada entre os vários municípios tudo o que tem a ver com o nosso tecido calcário”, frisou o presidente.
Inserido nesta estratégia, a associação Terras de Sicó vai apresentar nas próximas semanas o projecto para a criação da rede de aldeias de calcário, que numa primeira fase envolve seis localidades, uma por casa concelho.
Segundo Luís Matias, estão já definidos os “roteiros, recursos naturais, ambientais e culturais de cada uma, e um programa de actividades” para cada aldeia.
O autarca adiantou que a escolha foi efectuada com base nas características de cada uma das aldeias, valorizando “basicamente aquelas que melhor tinham preservado a sua identidade cultural e os edifícios e dentro daquilo que era a sua dinâmica sociocultural e algumas características naturais”.
“Mais importante do que isso, já está a ser feito, para cada uma das aldeias, uma área de reabilitação urbana comum a todos os municípios, que são os pontos de recuperação edificada e de preservação dos espaços público-privado no seio dessas aldeias”, acrescentou.
Segundo o presidente da Terras de Sicó, o projecto de reabilitação urbana está a ser elaborado com meios próprios da associação e de cada um dos municípios associados.
“A nossa ideia agora é fazer também a progressão e a valorização destas aldeias em conjunto, no sentido de captar investidores que possam perceber exactamente a oportunidade que é investir no sector cultural ou turístico ou de valorização dos produtos em cada uma destas aldeias”, sublinhou.
A estratégia de desenvolvimento do maciço de Sicó envolve também a criação de mercados de produtos agroalimentares e de gado, no âmbito de candidaturas já aprovadas ao Programa de Desenvolvimento Rural 2020.