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Rede quer mudar paradigma da economia não eficiente no uso dos recursos

23 de Junho 2020 Jornal Campeão: Rede quer mudar paradigma da economia não eficiente no uso dos recursos

O Laboratório Colaborativo para a Economia Circular (CECOLAB), sediado em Oliveira do Hospital, em conjunto com outros laboratórios e entidades interessadas na economia circular criaram “uma rede alargada de cooperação para mudar o paradigma da economia não eficiente no uso dos recursos”.

Os CoLab, 12 laboratórios colaborativos com área de interesse e necessidades em economia circular e 15 outras entidades, participaram no desafio lançado pelo CECOLAB para constituírem esta rede alargada, disse à agência Lusa João Nunes, responsável pelo CECOLAB, que tem a sua sede no Campus de Tecnologia e Inovação da BLC3, em Oliveira do Hospital, desde final de 2019.

Para além dos 12 CoLab, estão envolvidas no desenvolvimento da rede alargada – que também retende “aumentar a cooperação entre as entidades de inovação e governativas em Portugal” – a Agência Nacional de Inovação (ANI), comissões de coordenação e desenvolvimento regional (CCDR), regiões autónomas e comunidades intermunicipais (CIM), adianta João Nunes.

“Só será possível conseguir mudar o paradigma de uma economia linear para uma economia circular (uma economia mais responsável no uso dos recursos, mantendo a competitividade e o respeito pelos valores e serviços do planeta), se cooperarmos todos em conjunto e juntarmos o conhecimento de todos”, sustenta João Nunes.

Pois, salienta, “na sua multidisciplinaridade está o seu grande potencial, mas também está o seu grande desafio e o caminho não será possível, certamente, se for efectuado de forma isolada ou em pequeno grupo”.

O desenvolvimento da rede alargada para mudar o paradigma da economia foi assumido durante o primeiro ‘Encontro Anual de Cooperação para a Economia Circular e Posicionamento Internacional’, realizado nos dias 16 e 17 de Junho, por videoconferência (em formato Webinar), por iniciativa do CECOLAB.

A reunião, que contou com a participação de 46 representantes de diferentes entidades de “todo o território nacional”, também foi “a primeira grande acção de arranque das actividades do CECOLAB”, que entrou em funcionamento no dia 02 de Fevereiro.

“Este evento teve como objectivo principal encontrar sinergias de cooperação, áreas de interesse, levantamento de necessidades e prioridades de I&I [investigação e inovação] na área da economia circular e formas de, em conjunto, posicionar e ganhar escala competitiva a nível internacional, assim como resolver problemas nacionais e aumentar a discussão e diálogo alargado e em simultâneo com diversas entidades”, refere o presidente do CECOLAB.

Na reunião, que “foi um sucesso”, foi apresentada a “equipa jovem e multidisciplinar do CECOLAB – “uma equipa de elevado potencial e mérito, que irá fazer a diferença e ajudar o país e ser mais competitivo e resiliente” –, assegura João Nunes, admitindo que a sua “periodicidade não seja só anual”.

“Mesmo na fase de pandemia de covid-19”, o laboratório colaborativo dedicado à temática da economia circular sediado em Oliveira do Hospital “contratou mais 14 recursos humanos altamente qualificados, perfazendo já a criação de 25 empregos científicos, localizados em regiões interiores”, destaca João Nunes.

Reconhecido com selo de excelência pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e inserido na iniciativa CoLab do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o CECOLAB “tem como missão apoiar a transição de uma economia linear para uma economia responsável com os recursos e as pessoas, mais eficiente no seu ciclo de vida, desenvolvendo e transferindo conhecimento e tecnologia para o mercado, com a criação de emprego científico, assumindo a liderança e posicionamento de Portugal na economia circular”.

O CECOLAB, que desenvolve actividades em três plataformas tecnológicas – biotecnologia industrial, processos de sustentáveis de separação e química verde e ecodesign –, pretende assumir-se como “uma estrutura de excelência, numa região Interior, e com capacidade para a liderança e representação internacional de Portugal em economia circular”.