Desde ontem (17) que já é possível voltar a usufruir de tratamentos termais com comparticipação do Serviço Nacional de Saúde (SNS). A medida estava prevista desde Fevereiro mas só agora foi posta em prática.
O Ministério da Saúde confirmou, assim, a possibilidade de os médicos dos Cuidados de Saúde Primários do SNS voltarem a poder prescrever tratamentos termais, depois de tal ter sido suspenso em 2011.
As comparticipações dos tratamentos termais por parte do SNS, mediante prescrição médica, regressaram em 2019, sendo que durante o ano transacto assumiram uma forma de projecto-piloto, com a sua continuação a ficar condicionada a uma avaliação dos resultados. Segundo a rede Termas do Centro, “essa avaliação pelo Ministério da Saúde ainda não foi divulgada, pelo que, terminado o ano, os médicos estavam impedidos de proceder à prescrição de tratamentos”.
Já a 06 de Fevereiro, a Assembleia da República aprovou uma proposta que prolongou o projecto-piloto até ser revelado o resultado da avaliação do Ministério da Saúde, pelo que “desta forma, os médicos poderiam continuar a prescrever os tratamentos termais a quem deles necessita. No entanto, essa aprovação não teve reflexos práticos, uma vez que os tratamentos termais deixaram de estar disponíveis no ‘software’ clínico, impossibilitando as prescrições”, nota as Termas do Centro.
Contudo, essa impossibilidade foi ultrapassada ontem, “podendo já os médicos voltar a prescrever os tratamentos e, de acordo com a lei, os estabelecimentos termais recebem a prescrição, em papel ou de forma desmaterializada, e adicionam os actos e técnicas que compõem cada tratamento”.
“É com grande satisfação que vemos o Ministério da Saúde repor uma situação que era anómala. A Assembleia da República reconheceu em Fevereiro a importância que as comparticipações do SNS assumem para o termalismo, mas um constrangimento impedia os médicos de fazer as prescrições. Lembro que o projecto-piloto de 2019 causou um impacto muito positivo na actividade terapêutica das Termas, que cresceu então 15 por cento, com efeitos benéficos evidentes na saúde dos doentes a quem foram prescritos os tratamentos”, sublinha Adriano Barreto Ramos, coordenador da rede Termas Centro, que congrega 20 termas da região Centro.
“O retorno das comparticipações do SNS será ainda mais decisivo este ano para as Termas, uma vez que permitirá atenuar os efeitos da suspensão das actividades, motivada pela covid-19. Os tratamentos nas Termas, prestados por médicos e profissionais de saúde qualificados, são de qualidade e eficácia cada vez mais reconhecidas por investigações científicas. Estamos certos de que esta medida contribuirá de forma para a melhoria da saúde pública”, acrescenta.
As estâncias termais foram autorizadas a reabrir na segunda-feira (15), após terem suspendido a actividade em meados de Março, no início da fase aguda da pandemia de covid-19.
Na região Centro, as termas de São Pedro do Sul foram as primeiras a regressar à actividade, já as restantes estâncias estão a concluir um plano de análise bacteriológico, solicitado pela Direcção-Geral de Saúde (DGS), e irão reabrir nos próximos dias ou semanas, assegurando rigorosas medidas de segurança e higienização.