“Hospital dos Covões – contra a falta de transparência e a favor do investimento nesta estrutura de saúde” é a moção aprovada pela Assembleia da União de Freguesias (UF) de Eiras e S. Paulo de Frades, em Coimbra.
A moção, proposta pelos eleitos do PS, foi aprovada por maioria (12) dos membros da Assembleia da UF, de várias forças políticas, com apenas uma abstenção do elemento do PSD.
No texto da moção refere-se que “assiste-se ao desmantelamento camuflado do Hospital dos Covões, que se revela como destruidor desta infraestrutura e da sua importância para o SNS e para Coimbra e toda a região”.
“Esta Assembleia não pode compactuar com qualquer comportamento que não responda às necessidades das populações e dos utentes em prol da defesa intransigente do SNS, comportamentos esses que se têm verificado de forma repetida pelo Conselho de Administração do CHUC e que, nem com a situação de emergência sanitária e pandemia da covid-19 e a relevância dos Covões neste processo, o fizeram repensar esse ímpeto”, acrescenta-se.
Segundo a moção, o que mais preocupa esta Assembleia “é a falta de transparência nas decisões e acções tomadas, que de forma reiterada aplica a fórmula do fazer sem razão nem transparência”. “Basta! Os Covões, os seus profissionais, os seus utentes e populações que deles necessitam merecem um comportamento responsável e transparente dos seus responsáveis” – pede-se na moção.
A Assembleia da União de Freguesias de Eiras e S. Paulo de Frades incita o Conselho de Administração dos CHUC a “apresentar de forma imediata um Plano Funcional do Hospital dos Covões que garanta um serviço de Urgência digno desse nome e em funcionamento 24 horas”, além de “uma visão estratégica e funcional sobre os serviços que ainda se encontram a funcionar com especial destaque para o serviço (enfermaria) de Cardiologia do Hospital dos Covões e o seu Laboratório de Hemodinâmica (de grande qualidade, e serviço de apoio aos doentes do Serviço de Cirurgia Cardiotorácica e do Serviço de Cirurgia Vascular dos Hospitais da Universidade de Coimbra), além do anunciado publicamente (ainda não concretizado) sobre a transferência do Serviço de Pneumologia do HG para os HUC e outros serviços”.
Aquele órgão autárquico pede a “clarificação, de forma urgente, dos cidadãos sobre a construção da nova Maternidade nos Covões”, considerando que é “peça fundamental do plano de recuperação e investimento que se está a desenhar para o período pós-covid-19, sendo esta infraestrutura, também, fundamental para as definições do futuro funcional e estratégico”.
“Adoptar, nomeadamente o seu presidente, uma perspectiva proactiva com a ARS Centro, com o Município de Coimbra e outros Municípios da Região e com esta e outras Assembleias de Freguesia, para que possa tomar decisões enquadradas nas estratégias municipais de saúde que o exercício das competências assumidas pelos Municípios na área da Saúde (devido ao processo de descentralização (Decreto-lei 23/2019), sejam coincidentes com as acções necessárias para melhor servir as populações e não medidas avulsas tomadas pela administração dos CHUC, que poderá deixar a Saúde em Coimbra estilhaçada” – defende-se na moção.
A Assembleia da UF de Eiras e S. Paulo de Frades deixa, também, “uma palavra de exigência e sentido de responsabilidade de todos os actores políticos da cidade e região”, porque considera que “este é um tempo de investir e reabilitar na saúde e na cidade de Coimbra em prol da recuperação da economia e comunidade em que vivemos”, apelando à ministra da Saúde e às entidades e partidos políticos que “sejam condizentes com o imperativo moral de defender as necessidades e anseios dos cidadãos de Coimbra e da Região, sabendo que as suas acções implicam consequências na saúde dos fregueses desta União de Freguesias”.
A moção aprovada vai ser enviada ao Ministério da Saúde, ARS-Centro, Conselho de Administração dos CHUC, Câmara Municipal de Coimbra e Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra.