O Movimento “Somos Coimbra” acusa o Executivo municipal de “falta de visão estratégica e de futuro” no caso do estudo prévio da passagem superior rodoviária da Linha do Norte (no Loreto) por considerar que esta é “ameaça ao ‘Anel à Pedrulha’”.
Segundo o movimento partidário, “o ‘Anel à Pedrulha’ é um dos eixos viários estruturantes que importa construir no curto prazo, sendo mesmo a medida infraestrutural mais eficaz para atenuar os problemas de congestionamento registados no nó da Casa do Sal”, contudo, adianta “o estudo prévio da passagem superior rodoviária ao km 218+541 da Linha do Norte é mais um processo onde se evidencia uma enorme falta de visão estratégica e de futuro da Câmara Municipal”.
“O Somos Coimbra lamenta que entre o processo de aprovação dos estudos de viabilidade, aprovados por deliberação de Câmara de 11/3/2019, até à fase de aprovação de estudo prévio, todas as recomendações apresentadas pelo ‘Somos Coimbra’ ao Executivo municipal tenham sido ignoradas, comprometendo o planeado ‘Anel à Pedrulha’”.
Para este movimento, o tal “Anel”, integrado no ‘Plano Director Municipal’, permitirá ligar, com um perfil de duas vias em cada sentido, os campos do Bolão (antiga N111-1) à Circular Externa da cidade, passando pelo nó da Pedrulha/IC2 e por Lordemão, funcionamento como uma nova circular a Norte da cidade”, estando, ainda, previsto nos planos, “a sua continuidade até à Circular Interna, junto ao Hospital Pediátrico, constituindo-se como o eixo privilegiado para as ligações rodoviárias entre a zona Norte e as zonas Sudeste (Solum, Ceira, etc.) e centro Este da cidade (HUC, Celas)”.
É, por isso, que o “Somos Coimbra” entende ser “determinante que a nova passagem superior rodoviária à linha ferroviária do Norte, junto à Plural (antiga N1) e que ocupa o espaço canal do previsível ‘Anel à Pedrulha’, responda às exigências dimensionais daquele eixo estruturante, senão pode estar a inviabilizá-lo nas suas condições plenas de funcionamento”.
O movimento considera que a Câmara Municipal devia negociar com a Infraestruturas de Portugal a alteração do perfil transversal desta passagem superior rodoviária, “dotando-a desde já com duas vias em cada sentido. Da mesma forma, os acessos na sua ligação quer à antiga N1 quer à estrada do Loreto devem desde já ter em conta a hierarquia dessa nova via, procurando soluções flexíveis que mais tarde se adaptem às novas condições de tráfego, com meras adaptações pontuais”.
E sublinha uma outra posição: “o Somos Coimbra entende que a Câmara deve defender os acessos de qualidade ao Bairro do Loreto”, uma vez que, no âmbito desta empreitada, o Bairro vê as suas duas passagens de nível encerradas ao tráfego automóvel, pelo que todos os moradores que ali vivem e se deslocam de forma pendular para o centro da cidade se vêm penalizados e obrigados a optar por circuitos francamente mais longos e demorados”.
É convicção do Movimento que a autarquia deve defender “intransigentemente a acessibilidade a este Bairro, através de circuitos directos, naturais e confortáveis, e não o contrário, como está a acontecer”.
Assim, concluindo, o “Somos Coimbra” defende a “construção da passagem superior rodoviária, essencial para a salvaguarda das condições de segurança deste atravessamento de nível”, notando que não concorda com “soluções minimalistas que apenas procuram remediar os problemas no imediato, sem qualquer visão estratégica de futuro”.