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Suspeitos de assaltarem mais de 80 multibancos conhecem hoje sentença

9 de Junho 2020

O Tribunal de Coimbra lê, hoje, a sentença a 13 arguidos suspeitos de terem furtado mais de dois milhões de euros em ataques a, pelo menos, 87 caixas de multibanco em todo o país.

A leitura de sentença decorre no Auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra, pelas 15h00, depois de grande parte do julgamento ter decorrido na Faculdade de Direito, devido à pandemia da covid-19, assegurando, assim, o distanciamento físico entre arguidos, advogados, assistentes e juízes.

Os 13 arguidos são acusados pelo Ministério Público de pertencerem a um grupo que terá feito mais de 80 furtos entre Setembro de 2016 e Dezembro de 2017, quando a operação parou após três dos principais suspeitos terem sido detidos pela Polícia Judiciária (PJ), quando regressavam de mais um assalto.

Os assaltos decorreram em diversos distritos, como Lisboa, Setúbal, Santarém, Évora, Beja, Leiria, Coimbra, Porto e Braga, numa acção que recorria a explosões, conforme refere a acusação a que a agência Lusa teve acesso.

Antes dos furtos, os membros “seleccionavam criteriosamente as caixas multibanco”, procurando perceber a marca e modelo do terminal, através de consultas de movimento de cartões de débito.

Para o assalto, o grupo recorria a carros previamente furtados e usava chapas de matrículas, também, roubadas e correspondentes a outros veículos, conta o Ministério Público (MP).

No local, era habitual os arguidos pulverizarem as câmaras de vídeo dos circuitos de gravação, levavam consigo diversas peças de roupa para trocarem após a prática dos crimes e utilizavam rádios portáteis emissores/receptores de forma a não recorrerem a telemóveis, alega, também, o MP.

Ainda de acordo com a acusação, para o assalto, além do material necessário para o roubo, como botijas de gás acetileno e mangueiras, estavam também munidos de armas de fogo como revólveres e espingardas AK-47, assim como extintores.

As companheiras de dois dos principais membros do grupo intermediavam contactos com outros membros e ocultavam artigos utilizados nos assaltos, recorrendo, por norma, às quatro garagens que dispunham em Loures, Oeiras, Cascais e Alcobaça.

Os três principais elementos do grupo são acusados de vários crimes de furto qualificado, posse de arma proibida, falsificação de documento, explosão, receptação e branqueamento de capitais.