Afinal 2020 veio para mudar a nossa vida. E de uma forma que ninguém estava à espera.
Trouxe mudanças e talvez com elas as oportunidades necessárias. Fomos obrigados, todos, cada um à sua maneira, a acelerar procedimentos e métodos. Mudar o paradigma…
Na verdade, a actual crise provocada pela pandemia, está a gerar significativas mudanças na nossa sociedade e na nossa economia. Mas também é verdade, sabemos há algum tempo, que as crises, os problemas, os insucessos, são também parte integrante da vida dos países e das sociedades.
Mas se hoje, a nossa vida se desenvolve em torno da globalização, com redes de comunicação globais e com toda uma interligação afirmada em todas as áreas da nossa vida, claro que podemos ter circulação de ameaças. Mas também podemos ter certamente, oportunidades!
Após o Covid, parece decisivo que o estado e toda a sociedade, contando em larga medida com o tecido empresarial e o ensino superior, procedam a um novo e empenhado compromisso que produza capacitação e confiança, por forma a responder cabalmente a todo um conjunto de problemas críticos, mas de impacto incerto e complexo, que se vão colocar no equilíbrio da sociedade. São por isso várias as oportunidades de que dispomos.
Desde logo a Oportunidade da Participação Colectiva, o saber estar e participar numa lógica colectiva de futuro, significando que todos e cada um participe de forma criativa e responsável, gerando confiança e concorrendo para o normal agora assumido, mas que se traduza na construção de um novo rumo com respostas positivas no futuro de todos;
A Oportunidade da Solidariedade Social, em que muitos, em face da presente crise, correm riscos… A começar no risco de ficarem para trás. Desgraçadamente, não vai ser possível em muitos casos, que a estabilidade económica que tinham se possa manter. Vão ser necessários por isso novos recursos de solidariedade social, que possibilitem com respeitabilidade e sentido de responsabilidade que todos possam ter uma oportunidade no futuro. Vai ser imperativo a existência de uma política integradora, que inove sob o ponto de vista social e que transforme as diferenças em algo o menos diferente possível;
A Oportunidade da Valorização do Território, que se pode traduzir numa oportunidade ímpar de promover um novo paradigma das cidades de média dimensão, com sustentabilidade ecológica, com inovação e com qualidade. Onde possa ser uma realidade a participação moderna de todos, ultrapassando a lógica do centro comercial, concretizando uma estratégia de ocupação das cidades médias, modernizada e arejada, nunca esquecendo o interior e reforçando a necessidade imperiosa de redescobrir o território;
Por fim, mas não menos importante, a Oportunidade da Amplitude Cultural, em que Portugal, ostenta há muito, uma robusta cultura, firmada no enorme potencial da sua língua. Trata-se de um activo ímpar. É por isso o momento de criar uma dinâmica cultural própria em circuitos internacionais, que permita criar valor e nos possibilite ganhar uma nova imagem multidimensional.
São circunstâncias como esta que nos que permitem parar, fazer um balanço e reinventarmo-nos, não apenas como indivíduos, mas, fundamentalmente, como sociedade.
Afinal pisamos terreno desconhecido e tudo parece querer mudar. Mas note-se que existe algo que é constante nas nossas vidas, é a mudança. Por isso, com segurança, avancemos, confiantes dos novos compromissos!
(*) Gestor/Administrador no Coimbra iParque