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Semanário no Papel - Diário Online

 

Luís Santos

A política está descongestionada

9 de Junho 2020

Plácio de Belém

Não sei se é bom ou será mau, mas em tempo de pandemia falou-se muito sobre as eleições para Presidente da República. Acredite-se que o tema veio à baila para desanuviar os tempos de congestionamento.

Marcelo Rebelo de Sousa veio descongestionar as funções de Chefe de Estado, ou de primeiro magistrado na nação, como já se disse. Quis ser o Presidente dos afectos e aproximar-se das pessoas, quando foram possíveis os beijinhos, os abraços e as selfies.

Se temos um Presidente da República terra-a-terra, que outros países elogiam por verem os seus equivalentes com pompa e circunstância, também não era preciso que outros altos responsáveis políticos descessem tão baixo.

Marcelo foi apanhado de surpresa com o apoio do primeiro-ministro e líder do PS a um segundo mandato do Presidente e logo se viu que António Costa precisou de criar um “facto político”. Não deixa de ser curioso fazer-se esse anúncio em plena fábrica de automóveis, por muito boa que ela seja.

E a comida não esteve fora do repto: “O Presidente experimentou o pastel de bacalhau, mas eu fiquei com vontade de experimentar uma refeição completa. Cá temos de voltar outra vez, no primeiro ano do próximo mandato. Faço-me desde já convidado”.

Na mesma onda esteve o presidente da Assembleia da República, que declarou manter a intenção de votar “sem hesitações” numa eventual recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa nas eleições presidenciais. O socialista Ferro Rodrigues falava aos jornalistas antes de almoçar com António Costa, no Bairro Alto, em Lisboa.

Só falta saber qual será a ementa quando surgir a necessidade de uma refeição com Ana Gomes.